Atenção, este pequeno vídeo não pretende fazer publicidade a uma marca, pretende enaltecer as medidas já tomadas pela indústria alimentar e sensibilizar a restante… A evidência científica é já sólida, a literacia em saúde tem vindo a fazer o seu caminho e, com o envolvimento da indústria, estão reunidos todos os ingredientes para beneficiar a saúde de todos. Felizmente, a indústria está cada vez mais consciente e pronta a agir. O caminho é ainda longo, mas já começou!

Assim, ainda a propósito do evento de anteontem (podem ler mais aqui e também aqui), não posso deixar de dar os parabéns à Guloso, que me tem dado uma imensa alegria a nível profissional. Como sabem, sou consultora desta marca e tenho a dizer-vos que a sua preocupação em melhorar nutricionalmente os seus produtos é de louvar. Numa das nossas primeiras reuniões, em Maio de 2017, sugeri que reduzissem a adição de sal a alguns dos seus produtos mais simples, o que fizeram muito mais cedo do que imaginaria. Eliminaram o sal de adição em alguns produtos, reduziram em mais de 60% noutros, o que os tornou nutricionalmente ainda mais interessantes e organolepticamente igualmente apetecíveis. Em Setembro do ano passado estavam a entrar no mercado, imaginem! É gratificante assistir a esta preocupação da indústria alimentar de tornar os produtos que coloca à nossa disposição mais saudáveis e não apenas mais apetecíveis, sobretudo desta forma, neste caso, tão célere!

Se é tão importante começar pelos produtos à base de tomate? Sim, porque não? Não esqueçamos que, segundo o Inquérito Alimentar Nacional, 1 em cada 2 portugueses não ingere as doses de fruta e hortícolas recomendada pela Organização Mundial da Saúde. Neste sentido, o interesse de incluir o tomate na alimentação, sob formas diferentes de textura e sabor, poderá ser uma vantagem para introduzir este fruto que pelas suas características nutricionais se encaixa no grupo dos hortícolas. O valor do tomate é incontestável, sendo um fruto que associa a riqueza nutricional a um baixo valor calórico. Tem uma particularidade interessante associada a um dos seus principais nutrientes – o licopeno. Este poderoso antioxidante torna-se mais biodisponivel, neste fruto, com a destruição mecânica das suas membranas, aquando da trituração e até mesmo com a cocção. Assim, os produtos à base de tomate, como polpas e tomate triturado, mantêm ou até potenciam o seu interesse nutricional a este nível. O tomate e produtos à base de tomate entram em grande parte das receitas e métodos de confecção da dieta mediterrânica, que se vai passando de geração em geração.

A Guloso é adquirida por cerca de 35% dos lares portugueses, o que faz com que já esteja a atingir 3,7 milhões de portugueses. Visto que, no geral, os produtos de tomate são adquiridos por 74% dos lares portugueses, logo à partida percebemos que se toda a indústria a este nível optar por eliminar ou reduzir o sal dos seus produtos, estarão a impactar positivamente a saúde de 7,6 milhões de portugueses. (Existem cerca de 4 milhões de lares para 10,3 milhões de portugueses.)

Tenhamos em consideração que os alimentos fornecem naturalmente 75% do sal de que necessitamos e que as recomendações para a sua ingestão diária são para não exceder as 5g/dia. Todos conhecemos os efeitos nefastos do excesso de sal na saúde e também todos sabemos que os portugueses consomem mais sal do que deveriam. Há cerca de 3 milhões de pessoas com hipertensão em Portugal. Todas as acções que possam ajudar na redução diária de sal são bem-vindas.

Não é demais repetir que há hoje em dia, felizmente, uma preocupação crescente, por parte da indústria, que tem um papel cada vez mais activo na contribuição para a promoção de hábitos alimentares saudáveis. O recente sucesso da taxação sobre as bebidas açucaradas, através da redução do consumo das mesmas, com transferência de consumo para outras bebidas menos açucaradas, veio confirmar o papel relevante que a indústria pode ter na literacia alimentar dos consumidores. Este movimento mostra também que, ainda que por vezes com alguma resistência, os portugueses conseguem alterar os seus hábitos. A indústria tem uma responsabilidade social e tem vindo cada vez mais a consciencializar-se da necessidade de melhorar os seus produtos sob o ponto de vista nutricional, ou seja, em função da saúde. É de louvar a fracção que já se prontificou a actuar sobre os seus produtos desta forma e aqui não podemos esquecer também o papel da indústria panificadora.

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Nutricionista: amante do tipo de cozinha que procura aliar saúde aos melhores sabores; Mulher: apaixonada pela verdadeira beleza das coisas mais simples; Objectivo: ser feliz na medida do possível, gostar de mim todos os dias e ajudar quem me segue, nesse mesmo caminho.

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