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Ana Bravo

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Desta vez a comparação é entre alimentos que pertencem ao mesmo grupo da Roda dos Alimentos: o das leguminosas.

Importa lembrar que há vários tipos de feijão (branco, encarnado, preto, manteiga, catarino, frade, etc.) e que, apesar de muito semelhantes entre si, nesta análise se considerou apenas o branco e o vermelho (pois são os mais semelhantes).

Na sua versão cozida e demolhada, 100g destes alimentos fornecem cerca de:
– 105kcal (feijões)
– 115kcal (lentilhas)

As lentilhas fornecem um teor relativamente superior de proteína (9g/100g vs. 6,5g/100g) e hidratos de carbono (sob a forma de amido: 15g/100g vs. 13g/100g; menor sob a forma de açúcares: 0,4g/100g vs. 0,7g/100g), mas menor de fibra (4,5g/100g vs. 6,5g/100g).

Ambos fornecem um teor negligenciável de lípidos totais, mas um importante teor de lípidos polinsaturados (maioritariamente ómega-6).

Quanto ao teor vitamínico e mineral, os feijões são superiores no que diz respeito a vitamina E, ácido fólico, sódio, potássio, cálcio, fósforo e magnésio, enquanto as lentilhas apresentam teores superiores de vitamina A, vitaminas do complexo B (B1, B2 e B6), selénio e zinco. Nenhum destes alimentos fornece vitamina D, B12 ou C.

Em conclusão, são ambos alimentos de baixo teor lipídico, com hidratos de carbono maioritariamente complexos e um importante teor de fibra. É de notar o teor de proteínas que aportam, completando a alimentação variada e equilibrada.

Importante é mesmo variar os alimentos dentro de cada grupo da Roda dos Alimentos, de forma a obter todos os nutrientes de que necessitamos. Como vemos neste exemplo, no mesmo grupo, uns alimentos são mais ricos em determinadas vitaminas e minerais e outros alimentos contêm maior quantidade de outros nutrientes.

Assim, não faz sentido comparar “ao milímetro”, muito menos olhar apenas às calorias dos alimentos; mais uma vez repito: no variar está o segredo do equilíbrio!

Partilho convosco  entrevista que dei à Revista Sábado, a propósito da minha escolha de um dia alimentar vegan, que não chegou a sair:

 

1. Porque escolheu receitas vegetarianas?
Porque a minha mãe é vegan e costumamos fazer as refeições em conjunto. Privilegio o convívio com quem amo, faço das refeições momentos de terapia e não abdico da comidinha caseira – se tiver um toque de mãe, tanto melhor. Adoro os nossos pratos vegetarianos preparados com as receitas tradicionais da nossa cultura!

2. É mais saudável e mais barato fazer receitas vegetarianas?
A forma como escolhemos alimentar-nos é uma importante característica da cultura humana. Assim, cada pessoa deve sentir e escolher o que lhe faz mais sentido, desde que tal escolha garanta o equilíbrio nutricional de que todos necessitamos.
As opções vegetarianas podem ser benéficas em casos específicos.

Sim, se soubermos fazer bem as escolhas e não formos para os ultraprocessados, ser vegetariano pode ser mais barato.

3. Quantas vezes por semana se deve comer refeições sem proteína animal? Porquê?
Que eu saiba, não há nenhuma recomendação nesse sentido. (Podemos simplesmente não comer proteína animal.)

4. Quais são os benefícios da proteína vegetal?
Não se trata dos benefícios da proteína vegetal especificamente, mas sim dos alimentos vegetais como um todo, com uma riqueza e sinergia de nutrientes muito interessante.
Para tirar o máximo partido nutricional destes alimentos há que saber prepará-los e confeccioná-los.

5. Pela sua experiência, os portugueses estão mais recetivos a receitas vegetarianas ou ainda estão convictos que uma refeição saciante tem de ter carne ou peixe?
Acredito que no geral sim, mas depende de vários fatores: região do país, estrato sócio-económico, escolaridade, etc.

Reaquecer os alimentos que já foram confeccionados altera-os?

Na verdade as maiores perdas e alterações acontecem na confecção propriamente dita. Ou seja a perda vitaminica, mineral e de antioxidantes acontece antes.
Também é durante a confecção de alguns alimentos que se podem formar químicos nefastos para a saúde. Por exemplo a formação de acrilamida no caso de produtos amiláceos confeccionados a altas temperaturas (+ de 120°C), que pode aumentar potencialmente o risco de desenvolver cancro.

No reaquecimento, nomeadamente altas temperaturas, a gordura pode saturar mais, o que é prejudicial e também se podem perder mais sucos, com eventual perda maior de algumas vitaminas e minerais.

Sugiro que vejam o vídeo completo no Canal Nutrição com Coração do Jornal de Notícias – tem mais de 300 episódios com muitas sugestões e conteúdos de alimentação e nutrição.

👀 https://www.jn.pt/5684059651/os-cuidados-a-ter-na-hora-de-reaquecer-comida/

Jornalista: Sara Gerivaz
Repórter de imagem: Carlos Oliveira

Na Revista Sábado desta semana podem encontrar as 3 refeições principais de um dia, saudáveis, com o custo inferior a 5€.

No meu caso, apresentei um dia alimentar vegetariano e posso dizer-vos que cada uma das refeições ficou por menos de 1,50€.

Para o pequeno-almoço escolhi 2 opções, papa de aveia da Ana (deixo a receita abaixo) e a seguinte alternativa, que inclui fruta, infusão e crackers Love Seed (e que custa cerca de 1,30€), pelo que explico de seguida:

Comparando com 1 pão simples (com 50g), 11 crackers de grão-de-bico e linhaça têm:
– o mesmo valor calórico
– menos de metade da quantidade de hidratos de carbono (11 crackers têm 13,86g)
– muito mais proteína (11 crackers têm 5,8g proteína, quantidade semelhante à que existe em 1 iogurte sólido e mais do que o que existe em 1 fatia de queijo com 20g)
– mais gordura benéfica, nomeadamente monoinsaturada (do azeite) ómega 3 vegetal (da linhaça)

A proteína, a fibra e a gordura benéfica saciam por muito tempo!

Deixo agora a receita da Papa de Aveia com Fruta, Linhaça e Frutos Secos, que custa cerca de 1,50€:

– 250ml bebida vegetal sem adição de açúcar, sal, óleo, etc. (tem apenas o alimento que lhe dá origem e água – por exemplo arroz e água)
– 2 colheres de sopa de flocos de aveia
– 1 colher de chá de linhaça triturada
– 1 peça de fruta média
– frutos secos, normalmente nozes
– q.b. canela em pó

– Leva-se ao lume a bebida vegetal com a aveia e a linhaça (pode-se aromatizar com ervas aromáticas, especiarias e/ou casca de citrino a gosto);
– Deixa-se cozinhar em lume brando até engrossar e ficar com consistência a gosto;
– Dependendo da fruta que escolham, podem juntar durante a cozedura (por exemplo maçã e pera) ou no final (por exemplo banana ou papaia).

Eu sirvo com as nozes, canela em pó e fruta.

Para facilitar a vida aos pais, o Canal Nutrição com Coração do Jornal de Notícias, explica como preparar marmitas para as crianças, apenas com refeições frias.

Tire notas para organizar o regresso às aulas na cozinha.

1 – Massa com atum e legumes
atum ao natural
massa colorida
mistura de legumes (usamos curgete, tomate e espinafres – ou outros que a criança goste)
1 colher de sobremesa de azeite

Cozi a massa de acordo com as indicações da embalagem.
Num wok aqueci o azeite juntamente com os legumes e deixei cozinhar até ficarem a gosto (pode adicionar água quente aos poucos de for necessário; se a criança apreciar adicione cebola/alho/ervas aromáticas…)
Escorri bem o atum.
Depois de arrefecer, coloquei na marmita.
Nota: se a criança rejeitar os legumes, pode transformá-los em puré e colocá-los num recipiente de ir ao forno por cima da massa com o atum, polvilhar com queijo ralado e levar ao forno até o queijo derreter. Depois, deixa-se arrefecer e come-se frio.

2- Arroz com feijão e legumes
arroz
feijão frade cozido
legumes salteados a gosto (usei feijão, verde, cenoura e chuchu – ou outros que a criança goste)
1 colher de sobremesa de azeite

Cozi o arroz num tacho com o dobro de caldo de legumes e salsa picada.
Num tacho cozinhei os legumes com o azeite até ficarem a gosto (pode adicionar água quente aos poucos, se for necessário; se a criança gostar junte alho, cebola e/ou ervas aromáticas).
Escorri o feijão (ou pode cozê-lo em casa, depois de demolhar, se preferir comprar seco).
Nota: em alternativa, pode preparar almôndegas ou hambúrgueres utilizando o feijão e os legumes processados e servi-los frios, com o arroz.

Obs: as quantidades a usar vão depender da idade da criança, por isso não colocamos. Usar a imaginação é fundamental, de forma a tornar as marmitas mais bonitas.

Pode ver o vídeo completo aqui: Refeições frias para as marmitas das crianças (jn.pt)

Corações de bacalhau (1 pessoa)

– 110g Bacalhau Riberalves
– 1/4 cebola
– 1/2 cenoura
– 1 colher de chá de azeite
– 1 colher de sopa de flocos de aveia
– 1 colher de sobremesa de pimento vermelho picado (opcional)
– q.b. salsa picada (ou outra erva a gosto)

– Processa-se o bacalhau juntamente com a cebola e a cenoura;
– Transfere-se o preparado para uma taça e junta-se a salsa, o pimento, a aveia e o azeite;
– Moldam-se dois hambúrgueres em forma de coração (podem usar a forma que desejarem);
– Cozinham-se de ambos os lados, numa frigideira antiaderente pré-aquecida;
– Servem-se com salada a gosto, polvilhados com sementes de sésamo.

Notas:
São tão bons quentes como frios!
Podem usar curgete ou outro legume para juntar ou substituir a cenoura.
São ideais para levar na lancheira…