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Neste episódio do Canal Nutrição com Coração do Jornal de Notícias , falamos sobre os DIFERENTES TIPOS DE SAL

O sal é cada vez menos utilizado na cozinha com Coração. Privilegiamos cada vez mais as ervas aromáticas, sobretudo frescas, para dar gosto aos cozinhados. Ainda assim, os diferentes tipos de sal presentes no mercado suscitam várias dúvidas. É deles que vamos falar.

– O sal refinado é o mais modificado, mais sujeito a tratamentos e transformações e o menos interessante.

– O sal marinho tem mais interesse, mas devemos escolher o integral, obtido de forma natural e mantendo por isso maior valor nutricional.

– A flor de sal obtém-se de outra forma, recolhendo os cristais formados na produção de sal marinho, à superfície da água, nas salinas. Assim, não se trata de um produto processado ou alterado, mantendo minerais.

– O sal dos Himalaias é sem dúvida o melhor. Obtido naturalmente, sem procedimentos químicos, é o que contém mais minerais e também, de todos, o que tem menor teor de sódio.

Mais do que saber qual é o melhor sal, importa reduzir o seu uso. Uma dica importante é usá-lo na fase final da confecção, idealmente já no prato, sobretudo a flor de sal e o sal dos Himalaias. Além disso, quanto menos água usarmos nos nossos cozinhados, mais manteremos o sabor dos alimentos – e reduziremos as perdas nutricionais – evitando aumentar a quantidade de sal para conseguir mais sabor.

👀 Aconselho-vos a ver o vídeo completo no canal – mais uma vez deixo o link:

https://www.jn.pt/831285120/os-diferentes-tipos-de-sal-e-o-melhor-para-usar-na-cozinha/

Sem dúvida que a escolha deve recair nas ervas aromáticas e/ou especiarias!
O sal naturalmente presente nos alimentos é suficiente para o organismo e por isso não precisámos de o adicionar nas nossas receitas.
Para ler mais sobre o assunto, clique aqui.

Pode encontrar no espaço Bio & Natural do El Corte Inglês uma enorme variedade de especiarias e ervas aromáticas secas ou frescas para dar sabor às suas receitas.

Atenção, este pequeno vídeo não pretende fazer publicidade a uma marca, pretende enaltecer as medidas já tomadas pela indústria alimentar e sensibilizar a restante… A evidência científica é já sólida, a literacia em saúde tem vindo a fazer o seu caminho e, com o envolvimento da indústria, estão reunidos todos os ingredientes para beneficiar a saúde de todos. Felizmente, a indústria está cada vez mais consciente e pronta a agir. O caminho é ainda longo, mas já começou!

Assim, ainda a propósito do evento de anteontem (podem ler mais aqui e também aqui), não posso deixar de dar os parabéns à Guloso, que me tem dado uma imensa alegria a nível profissional. Como sabem, sou consultora desta marca e tenho a dizer-vos que a sua preocupação em melhorar nutricionalmente os seus produtos é de louvar. Numa das nossas primeiras reuniões, em Maio de 2017, sugeri que reduzissem a adição de sal a alguns dos seus produtos mais simples, o que fizeram muito mais cedo do que imaginaria. Eliminaram o sal de adição em alguns produtos, reduziram em mais de 60% noutros, o que os tornou nutricionalmente ainda mais interessantes e organolepticamente igualmente apetecíveis. Em Setembro do ano passado estavam a entrar no mercado, imaginem! É gratificante assistir a esta preocupação da indústria alimentar de tornar os produtos que coloca à nossa disposição mais saudáveis e não apenas mais apetecíveis, sobretudo desta forma, neste caso, tão célere!

Se é tão importante começar pelos produtos à base de tomate? Sim, porque não? Não esqueçamos que, segundo o Inquérito Alimentar Nacional, 1 em cada 2 portugueses não ingere as doses de fruta e hortícolas recomendada pela Organização Mundial da Saúde. Neste sentido, o interesse de incluir o tomate na alimentação, sob formas diferentes de textura e sabor, poderá ser uma vantagem para introduzir este fruto que pelas suas características nutricionais se encaixa no grupo dos hortícolas. O valor do tomate é incontestável, sendo um fruto que associa a riqueza nutricional a um baixo valor calórico. Tem uma particularidade interessante associada a um dos seus principais nutrientes – o licopeno. Este poderoso antioxidante torna-se mais biodisponivel, neste fruto, com a destruição mecânica das suas membranas, aquando da trituração e até mesmo com a cocção. Assim, os produtos à base de tomate, como polpas e tomate triturado, mantêm ou até potenciam o seu interesse nutricional a este nível. O tomate e produtos à base de tomate entram em grande parte das receitas e métodos de confecção da dieta mediterrânica, que se vai passando de geração em geração.

A Guloso é adquirida por cerca de 35% dos lares portugueses, o que faz com que já esteja a atingir 3,7 milhões de portugueses. Visto que, no geral, os produtos de tomate são adquiridos por 74% dos lares portugueses, logo à partida percebemos que se toda a indústria a este nível optar por eliminar ou reduzir o sal dos seus produtos, estarão a impactar positivamente a saúde de 7,6 milhões de portugueses. (Existem cerca de 4 milhões de lares para 10,3 milhões de portugueses.)

Tenhamos em consideração que os alimentos fornecem naturalmente 75% do sal de que necessitamos e que as recomendações para a sua ingestão diária são para não exceder as 5g/dia. Todos conhecemos os efeitos nefastos do excesso de sal na saúde e também todos sabemos que os portugueses consomem mais sal do que deveriam. Há cerca de 3 milhões de pessoas com hipertensão em Portugal. Todas as acções que possam ajudar na redução diária de sal são bem-vindas.

Não é demais repetir que há hoje em dia, felizmente, uma preocupação crescente, por parte da indústria, que tem um papel cada vez mais activo na contribuição para a promoção de hábitos alimentares saudáveis. O recente sucesso da taxação sobre as bebidas açucaradas, através da redução do consumo das mesmas, com transferência de consumo para outras bebidas menos açucaradas, veio confirmar o papel relevante que a indústria pode ter na literacia alimentar dos consumidores. Este movimento mostra também que, ainda que por vezes com alguma resistência, os portugueses conseguem alterar os seus hábitos. A indústria tem uma responsabilidade social e tem vindo cada vez mais a consciencializar-se da necessidade de melhorar os seus produtos sob o ponto de vista nutricional, ou seja, em função da saúde. É de louvar a fracção que já se prontificou a actuar sobre os seus produtos desta forma e aqui não podemos esquecer também o papel da indústria panificadora.

O sal é um composto químico tipicamente formado por cloro e sódio, que são substâncias que, no nosso organismo, existem na sua maioria nos líquidos como o sangue, a linfa, o líquido que banha o cérebro, o líquido dos pulmões e da cavidade abdominal e devem estar em equilíbrio, especialmente com o potássio. Ora, é simples depreender que o controlo dos seus níveis no nosso organismo seja de extrema importância, visto que todo o funcionamento das células, tecidos e órgãos fica comprometido se a concentração de sódio e potássio se encontrarem fora dos parâmetros normais. Felizmente este controlo é efectuado de uma forma muito eficaz pelos rins.
Tendo em atenção que mais do que 75% do sódio de que necessitamos existe nos próprios alimentos, apenasprecisamosde adicionar uma pequena parte para completar as necessidades diárias do nosso organismo. Cuidado então com o sal que utiliza durante a confecção e como forma de temperos, para que não se ultrapasse a recomendação da Organização Mundial de Saúdede 5g de sal,por dia.
Quanto aos alimentos, não têm todos a mesma quantidade de sal: as frutas, os cereais e derivados e as leguminosas não têm praticamente este elemento na sua constituição, sendo os laticínios e a carne, o pescado e os ovos, os mais ricos. A maioria dos hortícolas apresenta também reduzidos níveis de sódio, excepto o aipo, os espinafres e outras hortaliças de folha verde que apresentam algum conteúdo. A somar a esta questão há o facto dos alimentos ricos em sódio serem também os mais pobres em potássio, ou seja, o desequilíbrio fica duplamente agravado quando ingerimos em excesso determinadosprodutos.
Os alimentos mais “interessantes” para o consumo humano são aqueles que não contêm rótulo, ou seja, aqueles que se consomem no seu estado natural, alimentos simples, não processados. Os cereais de pequeno-almoço, as bolachas e biscoitos e outros snacks com sabor doce, por exemplo, podem conter muito sal, que a não percepcionamos.
Quanto ao sal de mesa que escolhe, deve ter em consideração que o sal refinado é o menos interessante; o marinho, sobretudo o marinho integral tem mais minerais e o sal rosa dos Himalaias e a flor de sal têm um pouco menos de sódio. A flor de sal consegue-se recolhendo os cristais à superfície das salinas. Existe ainda uma erva – antes considerada daninha – que cresce perto das salinas, cujo interesse de uso como condimento tem vindo a aumentar: a salicórnia. Contem sódio, sim, mas menos, comparado com o sal e a sua riqueza nutricional é bem maior.
Se sente dificuldade em deixar o sal, por mais que tente – sim, de facto pode dizer-se que é “viciante” – então sugiro que o vá reduzindo gradualmente. Se fizer ligeiras reduções a cada mês, de forma a dar tempo às papilas gustativas e ao cérebro para se irem adaptando, verá que é muito mais simples do que parece.
A questão que provavelmente estará a colocarneste momento é”mas o sódio não é necessário ao organismo?”. Sim, comecei por dizer que é fundamental haver um equilíbrio hidroeléctrico, que passa pela “boa relação” sódio-potássio. Não sejamos extremistas e não distorçamos os factos. O sódio é essencial para o organismo, simplesmente é fácil que excedamos as quantidades de que necessitamos – às vezes muito! – fruto das escolhas alimentares que fazemos. O colesterol também é fundamental para a produção de sais biliares, hormonais sexuais e vitamina D, mas nas quantidades certas. Entende o meu ponto de vista? Em alimentação o mote principal é “com conta, peso e medida”. O paladar educa-se e a saúde agradece.
Num estudo recente realizado em Portugal, os dados apontam para que o cidadão português consuma em média maisde 50% acima da dose de sal recomendada por dia… Um outro estudo mostrou que os alimentos que mais contribuíam para a ingestão de sal eram as pizas, francesinhas, lasanhas, massa à bolonhesa, bacalhau com natas, cozido à Portuguesa, douradinhos, sardinhas, caracóis e ameijoas, salsichas e fiambre e o pão e as bolachas de água e sal (todos com mais de 1g de sal por 100g de alimento). Sim, é verdade que a lei que levou à redução da quantidade de sal no pão está em vigor desde 2010, tendo passado a, existir no máximo, 1,4g de sal/100g de pão, mas quantos portugueses comem 2, 3 ou até mais pães por dia? Quanto à sopa, todos sabemos que faz muito bem, mas a tendência é ter a ‘mão pesada’ quando chega a altura de a temperar. E todos comem sopa, desde as crianças aos idosos, o que faz destes grupos, naturalmente mais vulneráveis aos efeitos do sal, grupos de risco a ter especial atenção.
Os cuidados alimentares devem começar pelo exemplo que se dá aos mais pequenos, se possível logo após a fase da introdução dos alimentos sólidos. Ainda que não tenham começado antes, os pais terão tempo para se adaptar a usar menos sal, para mais tarde darem o exemplo à criança, no início da diversificação alimentar – em que não se usa sal para a comida do bebé – ou até mesmo, idealmente, logo no início da gestação. É uma espécie de estágio para acolher os filhos num ambiente alimentar ideal. Os exemplos que damos aos nossos filhos são, naturalmente, a base das suas escolhas. A educação alimentar começa o mais cedo possível. Depois, será fundamental o trabalho desenvolvido nas escolas, desde a formação à disponibilização de géneros alimentícios saudáveis nos bufetes e pratos, com redução de sal nas cantinas. Um grande esforço tem sido feito pela Direcção-Geral de Saúde (DGS), em conjunto com a Direcção-Geral da Educação, neste sentido.
A DGS tem procurado, para além da educação e sensibilização dos consumidores para um consumo reduzido de sal – mudança de conhecimentos, de atitudes e de comportamentos – desenvolver rotulagem capaz de destacar o conteúdo de sal dos alimentos e identificação de produtos com pouco sal. Tem ainda procurado envolver a indústria tanto na reformulação, como na oferta de produtos alimentares com menores conteúdos em sal. Quanto à rotulagem, teve lugar uma grande vitória no final do ano passado: de 4 passaram a 7 as declarações nutricionais obrigatórias nos rótulos. Assim, além da energia e proteína, nos lipídios específica-se a gordura saturada, nos hidratos de carbono os açúcares e ainda o sal. Antes, muitos rótulos continham apenas o teor de sódio, que passava despercebido, até porque muitas vezes vinha com outras designações, tais como bicarbonato de sódio ou glutamato monossódico, que são intensificadores de sabor. Assim, vou dar-vos o exemplo de um alimento que não tem sal (cloreto de sódio), mas que tem sódio naturalmente: o leite. No seu rótulo é obrigatória a declaração nutricional sal, mas poderá vir com a informação adicional “o teor de sal deve-se exclusivamente à presença de sódio naturalmente presente”.

Quais são afinal os malefícios do sal?
– hipertensão: o excesso de sal ingerido faz o corpo reagir com uma maior retenção de água para manter o equilíbrio, desta forma aumentando o volume de sangue que está em circulação e, consequentemente, a tensão arterial. A Dieta DASH tem sido apontada como uma boa opção para evitar e/ou tratar a hipertensão arterial. Aliás, o próprio nome é claro “Dietary Approaches to Stop Hypertension” e surgiu como resultado de um estudo americano. O melhor resultado na redução da pressão arterial foi conseguido no grupo que ingeria mais fruta, legumes e hortaliça, cereais (integrais), leguminosas, oleaginosos (nomeadamente nozes), sementes, produtos lácteos (magros), carnes magras e peixe. De fora ficam as gorduras saturadas e colesterol, assim como os doces e bebidas açucaradas. Se olharem bem para esta dieta, não vos parece muito semelhante à NOSSA DIETA MEDITERRÂNEA? Sim, é. Sem dúvida. A NOSSA RODA DOS ALIMENTOS dá-nos todas as indicações;
– cancro do estômago: há uma grande associação entre o consumo de sal e a prevalência desta forma de cancro. Não se sabe se é por o sal ser consumido através de alimentos que para além de salgados são também carcinogénicos (carnes e derivados), se é por o excesso de sal consumido poder estar relacionado com um consumo exagerado de álcool ;
– peso corporal: maior apetite estimulado pelo consumo de sal e maior palatabilidade associada aos alimentos salgados, que estimula a ingestão de outros líquidos que não bebidas simples (ou seja, bebidas açucaradas e/ou alcoólicas).
Ficam aqui alguns conselhos sobre o que deve fazer:
1. Verifique a informação no rótulo relativo ao conteúdo de sal ou sódio. O teor de sódio do alimento deverá ter um valor de sal abaixo de 0,3g de sal /100g ou menos de 5% da DDR. Aconselho que se fixe neste valor e não deixe exceder muito.
2. Escolha alimentos frescos.
3. Limite os alimentos curados ou fumados (bacon, presunto, salpicão…) e os alimentos embalados em salmoura (picles, legumes em conserva, azeitonas, chucrute…).
4. Não use sal de mesa.
5. Cozinhe o arroz, massa, e as batatas com uma quantidade reduzida de sal.
6. Evite as refeições congeladas, sopas enlatadas , caldos, molhos e fast-food; e lave os alimentos enlatados, como o feijão, para remover algum sódio.
7. Use especiarias em vez de sal nos seus cozinhados. Tempere com o sabor de ervas, especiarias, limão, lima e vinagre evitando assim o uso do sal etornando na mesma a sua comida apetitosa.

 

Jornal Público 16/10/2017

 

Veja também este artigo : Redução do sal no pão.

E ainda na RTP2 – Sociedade Civil: https://www.rtp.pt/play/p3150/sociedade-civil