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O tofu e o seitan são fontes alimentares de proteína vegetal suficientemente ricas neste
nutriente para que se atinjam as necessidades diárias do organismo. O seitan, é um derivado
do glúten (o ingrediente base é a farinha de trigo), enquanto o tofu, é um derivado da soja
(ingrediente base são grãos de soja). No primeiro caso, acrescenta-se água e amassa-se até
que o amido se separe totalmente da farinha, restando apenas o glúten. No segundo caso, o
processo é semelhante ao do queijo: os grãos de soja são demolhados, triturados e filtrados de
forma a extrair o líquido (semelhante à bebida de soja), ao qual é adicionada uma substância
que o vai coagular; depois prensa-se e obtém-se um produto mais firme.
Comparando o perfil nutricional de ambos (por 100g), e tendo em conta a forma como estes
produtos processados foram obtidos, o seitan apresenta maior teor calórico (quase o dobro:
140kcal vs. 75kcal), 3x mais proteína (25g vs. 8g), mais hidratos de carbono (5g), sódio (apesar
de negligenciável: 0,5g) e vitaminas do complexo B (exceto B12) do que o tofu. Por outro lado,
o tofu apresenta mais lípidos, nomeadamente gorduras polinsaturadas ómega-6, e maior
variedade e riqueza vitamínica (vits. antioxidantes, A e E) e mineral (potássio, fósforo, cálcio e
magnésio).
O tofu é alimento nutritivo e saciante, com quase todos os aminoácidos, bem complementado
com a castanha-do-brasil, castanha, sementes de sésamo e aveia. O seitan, sendo um derivado
do glúten, não pode ser ingerido por doentes celíacos nem por pessoas com intolerância ao
glúten.
Quanto aos efeitos da soja na saúde humana, principalmente das mulheres, as isoflavonas que
constituem a soja têm um fraco efeito estrogénico, ou até mesmo um ligeiro efeito
antiestrogénico, para além das suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. O seu
consumo não interfere no risco de cancro, nem na patologia da tiróide, sendo igualmente
segura a sua ingestão no período pós-menopausa. A recomendação de ingestão aponta para 2
porções por dia de soja ou equivalentes, que corresponde a uma chávena almoçadeira de tofu
por dia.
Tendo em conta a variedade nutricional, o melhor mesmo será variar!

Já cá faltava uma receita vegan da mãe Bravo, não acham?

Acedendo ao vosso pedido, aqui fica a receita do almoço que a mãe preparou ontem, exactamente como a descreveu:

“Então, num tacho entra cebola picadinha – muita! – (eu pus 2), com 1 folha de louro e 2 dentes de alho picados também. [confesso que fiquei desconsolada por a mãe não repetir “picadinhos”, como é costume]
Quando a cebola está transparente deita-se um bocadinho [aaaaaah  assim, sim!] de tomate natural, sem pele e sem sementes. Envolve-se no refogado, tampa-se o tacho e passados uns minutos acrescentam-se os legumes que quisermos, ainda antes de adicionar água.
Deixam-se cozinhar lentamente, enquanto vamos mexendo. – Ana, temos que estar sempre atentos ao nosso cozinhado, esse é o segredo: amor na nossa comidinha! [diz a ternura dos olhos meigos e dos “inhos” que vêm do coração]
Se for necessário vamos acrescentando muito pouca água de cada vez, de forma a que os legumes cozam lentamente e vão ganhando aquele saborzinho. [o “inho” do “saborzinho” que deliciam em conjunto]
Quando estiveram a meia cozedura, junta-se o feijão, mexemos bem e mantemos em lume brando. Vamos acrescentando água devagarinho até acharmos que está no ponto. – Ah! Juntei malagueta e desta vez não me apanhaste nos “inhos”! [diz a princesa loirinha sem se aperceber que os “inhos” já cá cantam e encantam!

Olá olá, sorrisos lindos!

Já cá faltava uma receitinha da mãe Bravo – para quem não sabe, a mãe é a rainha dos “inhos”.

Vou descrever a receita deste empadão maravilhoso tal como a mãe com olhos docinhos a relatou:

Então, minha filha, o puré deste empadão pode preparar-se com água ou com uma bebida vegetal que não tenha sabor doce ou com leite. O meu leva água porque não bebo leite e parece-me que as bebidas vegetais dão sempre um sabor adocicado. Bom, cada um escolhe o que prefere… e no final junta-se noz moscada e um bocadinho (ahahaha – a mãe não sabe mentir, se ouvissem este “bocadinho”… até mudou o tom de voz) de margarina.
Pica-se bastante cebolinha e põe-se num tacho com azeite (até admira não dizer “azeitinho”, para parecer que a quantidade é menor) e 2 folhas de louro. Quando a cebola está transparente junta-se tomate em pedaços. Tampa-se o tacho e quando o tomate está um pouco cozinhado junta-se soja granulada (que antes tem que estar de molho, pelo menos 2 horas e então tem que se espremer muito bem). Mantém-se tudo em lume brando. Vai-se mexendo e salpica-se com água se for necessário. Vamos juntando os temperos de que gostamos e obtemos um molhinho. Desligamos o lume. E depois já se está a ver: entra uma camada de puré, uma do preparado e novamente outra de puré. Vai ao forno. E está pronto a servir!

O que acham, a receita da mãe Bravo está aprovada?

 

A mãe Bravo não falha, eis a receita  exactamente como me ditou:

“Cebola, louro, alho… Ana, escreve: bastante cebola às rodelas: uma camada. Mais uma camada de batatas, também às rodelas, depois uma de tomate fresco partidinho aos cubinhos. [Dois “inhos” na mesma frase, que maravilha!] Entra o tofu esfarelado, outra camada de cebola e outra de batata. Quem gostar pode pôr pimentos de várias cores. Rega-se bem com azeite [agora já diz esta parte sem falar mais baixinho, só me olha com aquele ar de mãe reguila com olhos de amor] e deixa-se cozinhar lentamente, agitando o tacho para não pegar. Quando começar a ferver passar para o mínimo é cozinha sempre assim, em lume brando.”

É um amor esta mãe Bravo e a sua cozinha saudável e feliz, não é?

Já cá faltava mais uma receita vegan  da mãe Bravo, descrita ao seu jeitinho, entre o mimo e o brilho de quem cozinha com o bendito do Amor:

Fatia-se o tofu e deixa-se a marinar com antecedência (ou até durante a noite anterior): tempera-se com alho, folhas de louro partidas aos bocadinhos e rega-se com limão e um fiozinho de azeite. Pronto, não vamos discutir a questão do azeite. – é engraçado o jeitinho de criança com que a mãe Bravo fala deste tema comigo. E retoma o tom anterior sem demora: Continuando, fica assim pelo menos 2 horas. Entretanto prepara-se o arroz: cebolinha picada, azeite e uma folhinha de louro a fritar. [Porque gostam as mães tanto dos “inhos”?] Ops, não é a fritar, tu sabes, só assim a alourar ligeiramente, até só deixo até a cebola ficar translúcida! Não olhes assim para mim, tu bem vês.
– diz a princesa com olhinhos cor de avelã. E continua: acrescenta-se a cenoura às rodelas e a couve cegada grosseiramente (não é assim como a do caldo verde, sabes? É em pedaços maiores). Mexe-se é deixa-se evaporar um pouco a água dos legumes. Então acrescenta-se o arroz : se for carolino, 1,5 chávenas de água para 1 de arroz. Água quente. Isso é muito importante senão “encrua” o arroz. Enquanto o arroz coze, escorre-se bem o tofu e grelha-se numa frigideira anti-aderente, sem gordura. Claro que fica mais douradinho com um nadinha de azeite, mas pronto. – parece resignação mas ainda tenta mais uma vez: Deixa-te lá de exageros, ó transmontana da nutrição. – e eu acho-lhe graça e como, aliás delicio-me com a sua comidinha!

Vai uma garfada? Aliás, uma garfadinha?