Quando li esta notícia (pode ler aqui na íntegra), pensei que poderia ser interessante poder alterar o sabor dos alimentos de que não gostamos, para os conseguirmos incluir na nossa alimentação.
Por outro lado… Algo se perderia necessariamente… Os nossos sentidos são a interface entre o nosso organismo e o meio onde nos inserimos e perder a possibilidade de o conhecer tal como é, poderá ser também perder a oportunidade de aprender a gostar. Sim, certamente já lhe aconteceu, com algum alimento… A minha melhor amiga não conseguia comer tomate cru, quando era criança. Um dia, já adulta, provou e agora come muitas vezes, com agrado. O meu irmão Pedro não tolerava cogumelos, esteve anos sem sequer consentir que lhe caísse um no prato e um dia alguém o convenceu a experimentar- adorou!
Outro facto comprovado, nas crianças é que, para começarem a gostar (ou a habituar-se) a um sabor que recusam, podem ter que contactar com o mesmo, preparado e apresentado de diferentes formas, várias vezes (há quem fale em 15 vezes). Se, ainda assim continuarem a recusá-lo, provavelmente é porque não toleram realmente aquele sabor. Então, caberá aos pais, juntamente com o nutricionista, saber substitui-lo.
Aquilo que nos agrada ou desagrada também faz parte de nós e define-nos como indivíduos. Penso que talvez existam situações específicas em que alterar o sabor dos alimentos para os conseguirmos ingerir possam ser benéficas. Por exemplo, uma situação clínica em que a criança só possa ou deva mesmo comer alimentos que recusa; ou em situações de dietas de emagrecimento, para tentar enganar o desejo por certos alimentos. Bom, mesmo nesta última situação, talvez estivéssemos apenas a alimentar um mau vício de um modo diferente… Isto tem que se lhe diga!
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Nutricionista: amante do tipo de cozinha que procura aliar saúde aos melhores sabores; Mulher: apaixonada pela verdadeira beleza das coisas mais simples; Objectivo: ser feliz na medida do possível, gostar de mim todos os dias e ajudar quem me segue, nesse mesmo caminho.

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