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Haja equilíbrio. Em tudo.
Esta época leva ainda mais a pensar nisso!

E na alimentação, não faz sentido sermos reféns de regras mas também não o faz a liberdade total.

No geral, aconselho a abrir excepções com liberdade na noite de 24 e no almoço de 25.

Todos sabemos que, nesta altura, já termos começado com muitos excessos, dia sim, dia sim e que manter os restinhos lá por casa com mais uma rabanadinha ao pequeno-almoço e pão de ló com queijo da Serra ao lanche só pode causar mau estar e fazer o valor que a balança nos mostra subir e subir, gradualmente…

A questão a que devemos dar atenção é ao efeito cumulativo destas festas: aumentamos o peso e não recuperamos. Depois vêm os festejos da passagem de ano, depois os da Páscoa e entretanto aniversários e jantares e afins e por aí continua…

Que bom que é conviver. E que bom que é comer!

E nem sequer precisamos de optar por receitas que não são as tradicionais, se o nosso gostinho a Natal traz essas como as melhores memórias a reviver.

Comer não só nos alimenta, também nos aconchega.
É necessário ter consciência alimentar e tudo corre bem…

Vamos, então, reformular e fazer tudo com equilíbrio.
Sim? Concordam comigo?

Vamos ser felizes.

Vamos falar sobre a
COMPOSIÇÃO DO PESO?

É importante saber pesar-se.

O valor de uma balança convencional corresponde à soma dos componentes corporais:

– ossos
– músculos
– órgãos
– tecidos
– gordura
– líquidos
– …

Numa balança “simples”,
não temos noção de
qual/quais deste(s) componente(s) variou/variaram.

Sabemos apenas que o total é diferente!

Assumindo que as variações dos ossos, órgãos e tecidos são raras e muito pequenas, podemos concluir que a mudança está na parte muscular, adiposa (gordura corporal) e/ou aquosa (líquidos corporais).

As mudanças nos tecidos muscular e adiposo são relativamente lentas, mas poderão ser significativas.

Mudanças rápidas são apenas as provocadas por: de
– alterações de líquidos
– toma de refeições
– funcionamento intestinal

Para ter uma noção mais precisa, uma balança de bioimpedância ajuda.

👀 sugiro que vejam o vídeo completo no Canal Nutrição com Coração do Jornal de Noticias – A balança nem sempre diz tudo sobre o peso e Ana Bravo explica porquê (jn.pt)

Recebi mensagens a perguntar o que é esta massa que tenho na mão… é uma massa que “imita” gordura corporal e este volume corresponde a 2Kg.

A forma mais simplista de olhar para esta questão é pensar no número de calorias ingeridas e no número de calorias gastas e o resto é matemática. Quando ingerimos mais do que gastamos, o peso aumenta, quando o inverso acontece o peso diminui. Não podemos esquecer, no entanto, que o peso não é só o número que aparece na balança: é o conjunto de vários tecidos e órgãos, cada qual com as suas propriedades e fisiologias muito próprias e por isso, aquilo que parece matemática pura à partida, tem tantas variáveis pelo meio que se torna mais num sistema dinâmico digno de física quântica. Não invalida que se tenha atenção à energia ingerida e gasta, mas relembra que o corpo não é um simples recipiente de entrada e saída de energia; importa também o que essa entrada e saída provocam no funcionamento de todas essas estruturas.

Concentremo-nos em apenas alguns aspetos: tecido muscular, tecido adiposo, sistema endócrino (hormonal) e sistema gastrointestinal. Estes são os 4 mediadores mais importantes das alterações quantitativas e qualitativas do nosso corpo. A permeabilidade intestinal, por exemplo, é responsável pela passagem de toxinas que contribuem para o desenvolvimento da diabetes, de inflamações e para o fato de algumas pessoas obesas sentirem fome constantemente.

Um estudo recente publicado na Nature  (pode ler a notícia que o divulga, aqui) aborda a utilização de uma bactéria e de uma proteína isolada desta bactéria, na regulação da gordura corporal e no aparecimento de diabetes. Alegadamente os ensaios realizados em cobaias mostram que os mecanismos pelos quais isto acontece prendem-se com o controlo da absorção intestinal de nutrientes e um efeito direto na produção e efeitos orgânicos da insulina. Não importa esmiuçar os mecanismos através dos quais os autores concluíram que estes processos acontecem, mas sim reforçar o papel importante que o funcionamento intestinal e a hormona insulina desempenham na fisiopatologia destas doenças. Poderá haver aqui um potencial medicamento para a prevenção e/ou tratamento de obesidade e diabetes, mas ainda há muito caminho a percorrer e muitos estudos em humanos.

Se quiser perder peso, arriscaria dizer que qualquer dieta de restrição acentuada de calorias resolve-lhe o assunto. Se quiser alterar o funcionamento dos vários tecidos e componentes do organismo, equilibra-los com os efeitos da atividade física, a repercussão destes no sistema hormonal, com o contributo da saúde gastrointestinal, não é qualquer combinação de alimentos e/ou nutrientes que lhe resolve o assunto. É um sistema aberto, dinâmico, em constante mudança e por caminhos que a ciência ainda não domina na sua totalidade.

Será que uma caloria é sempre uma caloria, com idênticos efeitos no corpo? Arriscaria dizer que não! Aliás, à velocidade que a ciência evolui, as verdades de hoje são muitas vezes contestadas já amanhã ou depois.