Há memórias que se colam a nós. São instantes, nítidos, vestidos de cor e felicidade. As que tenho da minha infância são assim. Ando muitas vezes por esses fragmentos. Parece fútil, mas não. Lembro-me de todas as manhãs ir para o colégio de uniforme, com cara de caso e de amuo, olhar de mimo para a beleza da minha mãe. E lá levava a promessa de vestir uma roupa bonita quando chegasse a casa. Ia feita gata borralheira para a escola, à espera do momento Cinderela, quando chegava a casa para despir o uniforme e vestir com mãos de fada sininho o que já tinha preparado desde a noite anterior. Sapatos de salto alto. Da mãe. Batom vermelho. Da mãe. Os toques e gestos e tudo. Da mãe. Qual a menina que não o fez já e qual a que não se sentiu maravilhosa nessa pele?
E contava histórias. De boneca. Às bonecas. Éramos todas uma história.
Com a La Redoute tive este dejá vu, revi a menina e senti a mulher! Todas nós devíamos poder viver um dia assim… Pelo menos um.
O sítio feminino e romântico que escolheram para me fotografar parecia corresponder a um pedido meu. Assim que entrei, tive vontade de o percorrer de uma ponta à outra. Vi o quarto onde me vestiria. As peças de roupa escolhidas por mim, tão delicadas em todo aquele enquadramento de luz e boa energia. De beleza pura. Tive vontade de as experimentar todas!
Na sessão fotográfica atravessei sensações de beleza! Começou com a mulher que veste um vestido vermelho comprido e o conjuga com umas sandálias rasas, coloridas, numa mistura entre o sensual e o descontraído, como um vulcão sossegado. Depois um vestido verde, simples mas tão elegante, com o toque dos acessórios e o cuidado com o cabelo… Ficou tão bonito que não queria tirá-los. Tinha escolhido também um trench coat amarelo, mas não imaginava o quão romântico ficaria, sobre uma malha rendada e com o toque de umas sandálias e clutch delicadas. Foi então que chegou o momento, aquele que guardei com mais ternura ainda: o da tal menina, a Ana do tempo do colégio, que vestiu um vestido de ganga largo, uns chinelos rosa e rodopiou no jardim. A Equipa era maravilhosa, se eu sorria, sorria comigo, se eu não conseguir guardar as gargalhadas, sorriam mais ainda. Eu estava tão feliz que não conseguia ficar quieta. E eles não estavam cansados, não queriam ir embora. Sorriam comigo. Não havia horários a cumprir, relógios, a pressão do tempo. Só precisávamos da luz do dia, além da nossa luz. Foi então que, já com o sol a pôr-se, voltámos para dentro da casa e vesti a roupa da nutricionista, um coordenado com o qual poderia dar consultas ou filmar uma receita. E foi o que fiz, preparei um sumo, depois de beliscar uns quantos morangos. No final brindámos, abraçámos e ficámos amigos. Lindo, não é?

Veja aqui o que diz a imprensa.

Author

Nutricionista: amante do tipo de cozinha que procura aliar saúde aos melhores sabores; Mulher: apaixonada pela verdadeira beleza das coisas mais simples; Objectivo: ser feliz na medida do possível, gostar de mim todos os dias e ajudar quem me segue, nesse mesmo caminho.

1 Comment

  1. alzira sousa Reply

    bonito texto boa escolha,também sou fã da La Redoute

Write A Comment