Aproxima-se o regresso à escola e a necessidade de começar a pensar num plano com lanches saudáveis para os intervalos. As opções são várias, entre laticínios, cereais e derivados, fruta, frutos gordos… A combinação destes alimentos pode variar de acordo com os gostos individuais e muitas são as possíveis. O cuidado maior será mesmo não ceder à tentação de comprar snacks muito processados, incentivando ao consumo de sabores fortes ou viciantes, como o doce e o salgado, pelo mal induzem nos hábitos alimentares em formação na criança, com impacto directo na sua saúde. Assim, devem-se excluir-se desde logo algumas opções, tais como:

– alguns dos ingredientes que por vezes vêm como recheio do pão (enchidos, fumados e chocolate);

– bolos e bolachas/snacks muito parecidos com os bolos (com recheios, coberturas, etc.);

– batatas fritas ou outros snacks salgados;

– refrigerantes ou sumos artificiais sem gás;

– chocolates, etc.

Então o que devem as nossas crianças levar para a escola?

Um dos grandes entraves que os pais ou encarregados de educação costumam colocar é a dificuldade que sentem de manter as temperaturas de refrigeração que alguns alimentos exigem, como os iogurtes, os ingredientes do pão, ou mesmo a fruta fresca e os sumos naturais. Como alternativas as estas opções, a fruta desidratada (que mantém muitas das propriedades nutricionais da fruta fresca) e os frutos gordos (nozes, avelãs, amêndoas com pele), cuja riqueza nutricional é muito interessante para a criança em idade escolar. Juntemos-lhe os queijinhos simples, sem aditivos, assim como os pacotes individuais de leite (idealmente simples (ou aromatizado , sem adição de açúcar) – se não há qualquer intolerância associada -, pão escuro com 1 ingrediente que se conserve bem (queijo meio-gordo, por exemplo), as tostas ou “bolachas” com um só ingrediente como as de milho ou arroz ou ainda as unidoses de bolachas simples, idealmente preparadas em casa (sem recheios nem coberturas e com atenção à adição de açúcar e conteúdo em sal), ou mesmo pequenas porções de cereais de pequeno-almoço que se podem acondicionar em embalagens de plástico. Todas estas opções são de importante valor nutricional!

A fruta, por ser muitas vezes descurada nas refeições principais e quase sempre nas refeições pequenas e intermédias (pequeno-almoço e merendas), reveste-se aqui de especial importância. Por ordem de riqueza nutricional, em primeiro lugar vem a fruta fresca, preparada na hora (muitas vezes de difícil inclusão nas merendas escolares), em segundo lugar vem a fruta desidratada e só em terceiro lugar é que vem o sumo de fruta 100% natural. Este último, por ser maioritariamente doce e sem o conteúdo em fibra dos outros 2, deve ser desincentivado. Opte por fruta!

​Pensemos então em algumas possíveis combinações:

1. fruta fresca + 2 tostas + 1 queijinho

2. fruta desidratada + iogurte (natural, com canela, por exemplo)

3. 1 pão (50g) com marmelada ou compota/doce (sem adição de açúcar) +leite ou iogurte

4. 1 pão (50g) com queijo + água

5. frutos gordos + 1 iogurte

6. 1 iogurte + unidose de bolachas

7. leite + cereais de pequeno-almoço

8. fruta desidratada + frutos gordos

9. fruta desidratada e água

10. frutos gordos e água

Author

Nutricionista: amante do tipo de cozinha que procura aliar saúde aos melhores sabores; Mulher: apaixonada pela verdadeira beleza das coisas mais simples; Objectivo: ser feliz na medida do possível, gostar de mim todos os dias e ajudar quem me segue, nesse mesmo caminho.

2 Comments

  1. Isabel Talefe Reply

    Boa tarde!
    Gosto muito das suas sugestões. Mas o que fazer se a criança não gosta de queijo e não gosta de levar pão para a escola? O que aconselha? Obrigada pela atenção.

  2. António Manuel Campos de Magalhães Costa Reply

    Muito oportuno e útil. O artigo devia chegar às Escolas (Direção e Associação de Pais e E. Educação. Parabéns.
    Sugiro que escrevesse algo sobre a importância do adequado consumo de água na saúde e no rendimento escolar das crianças e jovens.
    Sou professor aposentado (Ciências Naturais) e só depois de deixar de lecionar me dediquei seriamente a descobrir aquilo de que me não apercebi devidamente antes. Nem profissionais de educação, nem mesmo de saúde, sabem convenientemente sobre esta questão e, portanto, não têm uma atitude que se reclama inadiável.

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