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Qual é a mulher que não o sente, pelo menos uma vez por mês? Vá lá, vamos assumir: a grande maioria de nós tem uma espécie de loucura por chocolate na fase pré-menstrual!

Então vamos lá, sem culpa com sabor! Permitamo-nos. Até porque se não o comermos no momento certo, acabaremos por andar desconsoladas, à procura de algo que nos encha as medidas e vamos petiscando aqui e ali… Tantas vezes acabamos por ter, no final, mais calorias do que se tivéssemos optado pelo nosso querido chocolatinho!

Independentemente de existir uma razão hormonal na origem dos desejos pré-menstruais (que aliás também são relatados por muitas mulheres após a menopausa), a riqueza do chocolate em triptofano e a libertação de hormonas associadas ao prazer (como a serotonina e dopamina) que acontecem após a sua ingestão – e que bela ingestão! – melhoram o stress e a irritabilidade. (E como precisamos desta ajudinha, não é meninas? Nessas alturas nem sempre é simples gerir o humor, ora estamos muito sensíveis e choramos, ora nos apetece levar tudo à frente… Ah pois… E façam o favor de nos compreender, que se não for por favor, vão lá com uns ataques de irritabilidade em que não nos responsabilizamos por umas almofadas a voar.)

Então, voltemos ao tema… O chocolate tem de facto interesse nutricional, sobretudo se escolhermos as opções com mais cacau. O seu conteúdo em polifenóis enriquece-o em poder antioxidante. Então, após fazermos a melhor escolha, pensemos na quantidade: um a dois quadrados e toca a tirá-lo do nosso campo de visão. E já agora, interessa saborear e não devorar, sim?

Eu sei que não é tarefa simples resistir a mais um quadradinho de Chocolates Jubileu!

Já agora, deixo mais um conselho: se ainda não o faz, será interessante começar a praticar exercício físico… Também potencia a liberação de dopamina, melhora o stress… Toca a compensar aquelas calorias extra que souberam tão bem. E assim guardamos apenas o prazer destes momentos! Concordam?

As dores menstruais são muito comuns entre as mulheres e, em cerca de 15%, chegam a ser tão fortes que impedem a rotina diária normal. O que as causa? Qual o motivo que faz com que algumas mulheres sintam mais desconforto nessa altura do mês?

            O que se sabe é que durante o ciclo mensal existe uma comunicação hormonal  constante entre o útero, os ovários e o sistema nervoso central (hipófise), para preparar o corpo para o acaso de ser fecundado. Durante o mês, a produção de estrogénios pelos folículos, nos ovários, estimula o crescimento e a irrigação sanguínea da parede do útero, como forma de preparação para a implantação do óvulo fecundado. As membranas destas células contêm, entre outras substâncias, prostaglandinas (PG’s), que são pró-inflamatórias, também responsáveis pela sensação de dor, vasoconstrição e contracções musculares. Na semana pré-menstrual a linhagem de células da parede uterina reforça a sua produção em PG’s. No caso de não haver fecundação, os níveis de progesterona e estrogénios baixam drasticamente, fazendo com que a parede uterina se desagregue e as células libertem todo o seu conteúdo em PG’s que, localmente, provocam a contracção dos músculos uterinos (cólicas menstruais), a dor e a sensação de inflamação, e a nível sistémico causam sensação de náuseas, vómitos, dores de cabeça e diarreia. Os níveis e as variações hormonais ao longo do mês são muito diferentes de mulher para mulher, desencadeando sintomas com diferentes intensidades. Consegue assim perceber-se porque motivo a aspirina e os anti-inflamatórios resolvem tão bem estes sintomas, certo? Inibem a acção das PG’s!

            Como pode, afinal, a alimentação ajudar na regulação das dores menstruais? É fácil, através não tanto da modulação dos níveis de prostaglandinas, mas sim dos estrogénios que estimulam a sua produção… A quantidade de estrogénios em circulação sanguínea vai sendo ajustado, ao longo do mês. Alguns estudos mostram que uma alimentação rica em fibras(hortícolas como abóbora, cenoura, nabo, couve galega, espinafre, agrião, cebola, alho; leguminosas, frutas e sementes, nomeadamente feijão, grão, soja, ameixa, laranja, e sementes de linhaça) e pobre em gorduras saturadas (provenientes das carnes e derivados, lacticínios gordos e alimentos processados) e açúcares (existentes também em muitos dos produtos processados como bolachas e biscoitos, refeições pré-preparadas, também refrigerantes e bebidas açucaradas, produtos de pastelaria e confeitaria…) está relacionada com níveis mais baixos de estrogénios e menos e mais fracos sintomas menstruais. Níveis baixos de estrogénios também estão relacionados com menor risco de cancro de mama. Ao consumir poucas gorduras e muitos hortofrutícolas no fundo até se está a provocar um duplo efeito no organismo, pois a gordura é a matéria prima necessária à produção de estrogénios, e a riqueza em fibra ajuda a “sequestrar” uma boa parte dos estrogénios que foram enviados pelo fígado para o intestino através das vias biliares, eliminando-os pelas fezes. Quanto melhor funcionar este circuito (comunicação) entre o fígado e o intestino, melhor se efectuará a regulação dos estrogénios. Os produtos de origem animal não contêm fibra, pelo que, se uma mulher baseia a sua alimentação nestes produtos não vai conseguir provavelmente atingir as quantidades diárias recomendadas de fibra e pode até desequilibrar o funcionamento da microbiota intestinal. Os estrogénios, em vez de eliminados, são reciclados e voltam à circulação sanguínea.

Assim, fará sentido ter a preocupação de ter um bom aporte de legumes, leguminosas, hortaliças, cereais e derivados integrais e fruta fresca. Reforçar o consumo de peixes gordos (sardinha, atum, salmão) e frutos oleaginosos (noz, amêndoa e avelã, sempre com pele) e diminuir o consumo de produtos lácteos e carnes (mesmo que sejam das variantes magras).

            Durante o período menstrual, os sintomas podem ser agravados pelo consumo de cafeína e de bebidas alcoólicas pelo que, se é daquelas mulheres que sofre muito nessa altura, deve mesmo excluí-los. O açúcar é um forte indutor de estados inflamatórios e o excesso de sal pode contribuir para a retenção de líquidos e sensação de inchaço, pelo que deve também ter o cuidado de os manter longe.

A gravidez é o momento mais crucial na vida de uma mulher para a adoção de um estilo de vida de saudável, que inclua a prática regular de atividade física e uma alimentação particularmente cuidada, variada e equilibrada. É da vida da futura mamã que estamos a falar, mas especialmente do feto que cresce dentro dela e que tanto necessita de bons nutrientes.


O início da gravidez é muitas vezes (cerca de 70% dos casos) bastante atribulado, devidos às alterações hormonais e adaptações corporais, em termos de sintomas que podem condicionar a alimentação e esse estilo de vida mais adequado. (Fica aqui o parêntesis que, à exceção de gravidezes que acarretem algum risco particular de saúde, a grávida pode manter todas as suas rotinas de trabalho e exercício como uma não-grávida, até ao final do termo.)


Voltando aos sintomas, as alterações hormonais provocam náuseas, vómitos, enjoos, azia, cansaço, sonolência, ou mesmo alterações do trânsito intestinal (obstipação em cerca de um terço das gravidezes).


O que fazer então?


1. ingerir refeições pequenas, com pouca quantidade de comida, para dar tempo ao estômago para levar o tempo que “quiser” a digerir esses alimentos

2.optar por alimentos pouco condimentados, de forma a que os cheiros e sabores mais fortes não estimulem a produção de enjoos e náuseas


3. optar mais por alimentos cozidos, como os ovos, as carnes e pescados magros, as batatas, o arroz e a massa


4. escolher mais vezes bolachas simples, o pão (torrado ou não) com doce ou compota, ou cereais simples (sem adição de frutas cristalizadas ou secas)


5. hidratar muito bem ao longo do dia, com água ou infusões de preferência frescas (conforme tolerância), mas não beber às refeições para não perturbar a digestão nem aumentar o volume de dilatação do estômago


Em suma, as refeições devem ser calmas, pequenas e relaxadas. Estas sugestões não curam os sintomas, mas reduzem a probabilidade destes acontecerem.