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farinha de pau

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-Mãezinha, podes dar-nos a receita do almoço bom que fizeste hoje? – Dou, pois. Escreve lá: bastante cebola e alho picadinhos, 3 folhas de louro, azeite. (Começa pelos ingredientes mas raramente diz quantidades…) – Que quantidade, mãezinha? – Óh Ana, eu não sei, sabes que faço a olho mas se te referes ao azeite já sabes que eu não uso cá as tuas doses mini mini. (Adoro este ar de menina reivindicativa!) e continua: Vai ao lume até a cebola ficar transparente e então junta-se tomate maduro partido aos bocadinhos muito pequeninos (inhos com mais inhos, mesmo à mãe Bravo!) e vai falando: Mas mesmo tomate, não é aquele já preparado. Ah! E uma pitadinha de açúcar para quebrar a acidez do tomate. Ai, não olhes para mim assim, eu disse uma pitadinha, não disse uma colher. Queres a receita ou não queres, Ana Luísa? (Eh, lá. Para tudo. Já estamos noutro patamar. “Ana Luísa” impõe respeito, mesmo com aquele olhar verde terno.) e segue: Tampa-se, para ir cozinhando com amor, devagarinho. Noutro recipiente coloca-se água a aquecer. Numa taça junta-se a farinha de pau com água fria, para desfazer, assim fica sem grumos. O segredo é bater bem nesta parte. Junta-se esta mistura ao tacho anterior. Vais mexendo e se achares que é necessário podes juntar mais água, da tal que se aquece à parte. Há pessoas que gostam de uma textura mais consistente, outras mais líquida… por isso juntam essa água conforme o seu gosto. Quando começar a fazer uma espécie de bolhas quer dizer que está cozinhada. Pode-se juntar a fonte proteica que se quiser – eu juntei tofu em pedaços logo no início, com a cebola e o tomate. No final aromatiza-se com umas folhinhas de hortelã e está pronto a servir e a saborear. Escreve aí: não se mistura a água de uma vez, deve-se ir mexendo e ir juntando à medida que for necessário, aos pouquinhos. Com paciência e amor. E depois vem a partilha – numa mesa bonita e sem telefones pelo meio, não é? (Pensei que vinha a “Ana Luísa ” outra vez, mas sorri-lhe com os olhos e derreteu-se num sorriso bom, mas bom!)

Ah, ternura boa esta que é ter um colinho de mãe.

Gostaram? Vão preparar para vocês? Para os vossos filhos, maridos, mulheres, pais… contem, para quem?

 

Ouço o Pedro Abrunhosa desde uma época em que a sua música marcou uma transição na minha adolescência. As suas criações, sobretudo as do álbum Viagens, fazem parte dos meus dias até hoje. Foi por isso que quis convidá-lo para aceitar o desafio da Cozinha Nutrição com Coração. É o nosso convidado especial e escolheu os seus ingredientes favoritos: ananás, farinha de pau, camarão, peito de frango. Com eles preparámos dois pratos que publicarei, não tarda.

Ingredientes (1 pessoa)

120 g camarão

1 dente de alho

1 colher sobremesa de azeite

1+1/2 colheres de sopa de farinha de pau

q.b. salsa

100 g tomate cereja

1 colher chá azeite

q.b. orégãos

q.b. piri-piri (opcional)

q.b. flores comestíveis (opcional)

Preparação

Lavei o tomate cereja, coloquei-o num tabuleiro forrado com papel vegetal temperando com orégãos e uma colher de sobremesa de azeite. Levei ao forno, a 180 graus até estarem cozinhados (cerca de 30 minutos). Entretanto, cozi o camarão em água abundante temperada com piri-piri a gosto. Escorri os camarões, reservando a água de cozedura e juntando à mesma as cascas dos camarões. Passei grosseiramente as cascas com uma varinha mágica, coei e medi 200 ml. Num tacho coloquei uma colher de chá de azeite, o dente de alho picado e algum do camarão descascado cortado em pedaços. Deixei aquecer, adicionei os 200 ml da água coada e, depois de levantar fervura, polvilhei com a farinha de pau, mexendo sempre (deve ir polvilhando aos poucos a farinha de pau, para evitar que se formem grumos). Depois de engrossar, envolvi salsa picada. Servi com os restantes camarões inteiros e com os tomates assados. e desejar, pode adicionar algumas flores comestíveis.