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No programa _Nunca é Tarde_, na RTP, fizemo-lo, com a apresentadora Diana Duarte.

Com lugar para tudo, exactamente como na vida.   Não há uma Ana espiritual, uma Ana profissional, uma Ana que cuida da família, uma Ana que é cuidada, uma Ana que tem uma relação amorosa… há só uma, um todo, uma vida. Como em todos nós!

Também este programa teve vários momentos: humor, pequenos desafios e nele falámos de espiritualidade da forma mais simples e pura: como cada um de nós – a Lisa Joanes, a Sílvia Pinto, a Fátima Lopes, o José Luís e o Jimmy P – a sente.

 

Podem ver o programa aqui: Nunca é Tarde Episódio 4 – de 04 ago 2023 – RTP Play – RTP

Há uns dias falava com uma grande amiga Natasha Peres, mulher de um também grande amigo Ricardo Peres (que é professor de Atma Kriya Yoga, já fizemos directos com ele – estão disponíveis no IgTv)…

Eu dizia-lhe: é impressionante como vamos fazendo processos ao longo desta vida, como se fôssemos concluindo etapas. Eu já tive o ego lá em cima, queria aparecer nas revistas e mostrar a todos, ficava orgulhosa quando me enviavam mensagens a bajular-me, a massajar esse ego… Cheguei a um ponto de queda, sobretudo depois de namorar com uma figura pública (não por ele, que adoro – somos amigos até hoje e seremos) e ver a minha vida exposta de uma forma que começou a afastar-me cada vez mais do meu propósito de vida.

Quando o meu corpo gritou pelo que a alma já não aguentava – aquela superficialidade e o pouco foco na espiritualidade (cultivar a espiritualidade sempre foi essencial para mim, desde muito pequena) – tudo desmoronou e fiquei doente. “Burnout” foi o diagnóstico – que eu sabia não ser físico, mas vir de dentro.

Entretanto passaram 5 anos e várias fases de introspecção, vivo cada vez mais em mergulho com a espiritualidade, focada na minha essência e sentindo o amor que sou, que cada um de nós é… Nem sempre é simples sentir só amor, sobretudo nas pessoas com quem não sentimos empatia, mas esse é também um exercício que nos torna melhores e mais felizes.

Já sabem que escrevo (e falo!) muito, por isso perdi o tema inicial… Queria dizer que percebi que ainda assim mantenho alguma necessidade de reconhecimento – o meu Mestre Espiritual Paramahamsa Vishwananda , o Guruji, chamou-me à atenção para isso há uns dias e senti-me tão mas tão pequenina… Comentei com a minha amiga de quem vos falei no início deste texto (que também segue o Guruji) e a sua resposta foi: amiga, falas tanto de dietas, porque não pões em prática a “Dieta do Ego”?  E eis que o tenho tentado fazer, em gratidão e puro amor.

Este caminho é tão bonito se nos focarmos em cada aprendizagem com confiança e entrega.

Obrigada a tooooooooodos, sobretudo ao Guruji!

Fazemos juntos a DIETA DO EGO?

Abrimos o coração para falar de espiritualidade?


Mais uma vez, dispo-me e mostro exactamente a minha essência, o que me move. Falo das minhas crenças e conto a minha história na tentativa de ajudar outras pessoas. Como vos disse várias vezes, considero que expormos as nossas aparentes fragilidades não nos vulnerabiliza, só nos torna mais fortes, porque outros se revêm na nossa história. E falar sobre o que sinto, agora, com a redescoberta da espiritualidade, é mais uma benção.
O depoimento do Professor Miguel Mota Carmo será certamente muito, muito interessante: “A medicina e a ciência não explicam tudo o que me aconteceu”.


A forma de viver, a este nível, da Fátima Lopes , da minha Cuca Roseta e do António Zambujo são pontos chave neste contexto.
A forma como cada um vê e sente a espiritualidade é um tema a expor, cada vez mais. 


Se não viram o programa “Linha da Frente” – O ECO DA ALMA, na RTP (mais um trabalho incrível da jornalista Mafalda Gameiro), podem ver clicando no link abaixo.

Linha da Frente Episódio 16 – de 27 mai 2021 – RTP Play – RTP

Booooooom dia!

Viram esta entrevista que dei à Revista LUX ? Gosto de conversas assim. Com conteúdo e sem segundas interpretações.

“Ana Bravo é, aos 39 anos, uma mulher ‘nova’, que reapren- deu a viver de dentro para fora com a ajuda do seu mestre espiri tual, que conheceu após sofrer um burnout, o ano passado. Paramahamsa Vishwananda inspira-a todos os dias e deu-lhe as ferramentas para desfrutar do amor no seu expoente máximo. É através da meditação, aliada ao exercício físico e a uma alimentação saudável, que a nutricionista do Porto se completa e partilha o seu saber com os seus pacientes. Foi isso que nos contou numa conversa franca e de coração aberto, feita a propósito do lançamento dos novos iogurtes Activia, da Danone. O único tema que preferiu não desenvolver muito foi a relação que está a viver, com alguém cuja identidade prefere não revelar. Sobre a notícia que dá como certo que o estilista Gio Rodrigues é o seu novo amor, Ana Bravo prefere não comentar. Lux – De que forma estes últimos meses mexeram emocionalmente consigo?
Ana Bravo – Todos receamos o in- certo, mas ainda assim não posso dizer que senti medo. O caminho espiritual que sigo ajuda-me a ter uma perspetiva um pouco diferente. Parece clichê, mas realmente aplico-o no meu dia a dia, desde que conheço Paramahamsa Vishwananda não me foco nas encruzilhadas da mente, mas sim no poder do sentir, do coração. Quando percebemos que não controlamos nada e deixamos de permitir que a mente nos autossabote, os medos vão -se e só o amor fica. Nesse estado de puro amor sentimos paz, verdadeira paz. Na quarentena, por ter mais tempo em silêncio, reforcei esse bem-estar interior, aquilo que no meu último livro, que saiu mesmo antes do confinamento, chamo “alimentação do sentir”, pelo que estive, na grande maioria do tempo, em muita paz.
Lux – Sendo nutriconista, é extremista na alimentação?
A.B. – Não, não sou extremista. A alimentação deve, além de servir o seu propósito primordial (nutrir), proporcionar boas sensações. É claro que não faz sentido incluir produtos alimentares com excesso de açúcar e/ou gordura com frequência. O que faz sentido é ir para a cozinha com amor e ver no ato de preparar comida um momento bom. E quanto às exceções, devem ser isso mesmo: momentos raros. Peço sempre, nas primeiras consultas, para que as pessoas não comprometam o seguimento de um plano alimentar se abrirem uma exceção que não contavam. A seguir a um desses momentos faz sentido apenas retomar os cuidados alimentares e não guardar peso na consciência ou sentimento de culpa, mas apenas a recordação do prazer que proporcionou. Assim, não há alimentos proibidos nos meus planos alimentares. O velho ditado ‘nem sempre nem nunca’ adapta-se na perfeição à alimentação.
Lux – Incluir na dieta iogurtes sem açúcar ajuda?
A.B. – Claro que ajuda. Os iogurtes possuem microrganismos vivos benéficos para nós. Activia não é exceção nesse efeito pro- biótico, através de microrganismos vivos que contribuem para a digestão da sua lactose, ajudan- do-nos a sentir bem, de dentro para fora. Além disso, os novos Activia não têm açúcares adicio- nados, têm apenas os naturalmente presentes nos ingredientes que lhes dão origem. Esta nova linha está bem conseguida e mantém o sabor ao adicionar o dobro da fruta ou ao adoçar os produtos de forma natural, com o uso de tâmaras por exemplo.
Lux – Desde a infância a Ana tra- vou várias lutas no campo da alimentação. Qual foi a mais difícil? A.B. – A maioria das minhas brincadeiras com a pessoa que hoje trabalha comigo, a Kiki, aconteciam no meio dos tachos. De facto, já comi a mais, em fases de muita “fome emocional” associada a ansiedade e já comi menos do que devia… O que me marcou mais foi o esforço imenso que fazia para comer nos anos que se seguiram à apendicectomia.
Lux – Foi uma situação grave? A.B. – Na verdade, ia morrendo. Tive uma apendicite aguda diagnosticada tardiamente. Mexeu comigo emocionalmente, porque tinha 6 anos e percebi nos meus avós o que é sentir medo de deixar de ver alguém que se ama. Os meus pais estavam fora.

Lux – Hoje parece estar bem com o seu exterior. Sempre teve uma boa relação com o seu corpo ou foi mudando com os anos?
A.B. – Na verdade, todos temos uma parte de que gostamos menos. Desde a morte prematura do meu irmão tive muitas alterações hormonais e inevitavelmente o corpo mudou um pouco. Confesso que, mesmo sendo um pouco vaidosa, tal não mexeu comigo… Acredito mesmo que cada um de nós deve ter respeito por si e gostar da imagem que o espelho lhe devolve. Sobretudo desde que vivo em equilíbrio com o que trago dentro, o que vejo passou a ser uma extensão desse equilíbrio. Sinto-me bem.
Lux – O exercício físico é fundamental para esse bem-estar?
A.B. – É, completamente! Faço aulas de treino funcional com a Sara Garrido e de Pilates com a Rita Campos, já há uns anos. Tenho duas hérnias na coluna e esta equipa ajuda-me a manter-me sem qualquer mal-estar. Como as aulas são partilhadas com todos, nas redes, três vezes por semana, agora são ainda mais desafiantes e motivadoras.
Lux – No seu último livro, mostra-se como é, sem a ideia falsa de perfeição. Foi um lavar da alma para si?
A.B. – O livro é o resultado dos últimos anos de mergulho em mim mesma. Após esse período de descoberta interior cheguei à conclusão de que não faz sen- tido partilhar apenas a vida cor-de-rosa, sem antes ajudar as essoas a perceber o que vai dentro delas e as liga à comida e à forma como se alimentam. Se pretendo ajudar, o que faz sentido é desmanchar um pouco esse cenário aparentemente perfeito e vestir-me de mim, até mesmo expor-me, partilhando uma parte da minha vida que sinto poder ser útil a muita gente.
Lux – Fala também no burnout que sofreu o ano passado. A mor- te do seu avô e do seu irmão, depois, aos 35 anos, conduziram a Ana a uma situação limite?

A.B. – As minhas crenças espirituais quanto à morte sempre foram muito claras e não ficaram abaladas com a morte de pessoas que amo. O que aconteceu é que não me permiti fazer nenhum dos dois lutos no momento certo, porque na altura ainda achava que era uma supermulher e que vivia apenas para cuidar dos outros. Assim, enquanto a minha família não se levantou, dei-lhes colo e esqueci-me de mim. Mais tarde, aprendi com muito sofrimento que ninguém passa impunemente por situações de dor: há que sofrer e não tentar ‘mascarar’ esse sofrimento, por exemplo carregando-nos de afazeres ‘para não pensar’. Se não encararmos de frente o que nos magoa, se não sofrermos no momento certo, se guardamos coisas que temos de verbalizar, mais cedo ou mais tarde o nos- so corpo exteriorizará esse mal-estar que carregamos – e que é tão pesado – manifestando-se até fisicamente. Então, fiz dois lutos tardios e no caso do meu irmão foi mesmo doloroso. Ele estava na Argélia e estivemos um mês à espera do corpo… Quem passaria impunemente por isto? Ninguém. Agora respeito-me e sofro o que tenho a sofrer, até conseguir naturalmente ‘encaixar o tema na gavetinha certa’ e poder seguir sem carregar esse peso. Percebo agora, sobretudo com os meus pacientes e todas as pessoas que me têm procurado através das redes sociais e do blog, que todos carregamos demasiados pesos. Tento ajudar nessa libertação.
Lux – Que sinais o seu corpo lhe deu na altura, de que algo não estava bem?
A.B. – Com o burnout sentia muitas tonturas, sobretudo a caminhar – parecia que punha os pés em nuvens – tinha de parar e apoiar-me em algo. A privação de sono ia enfraquecendo o meu corpo cada vez mais e a dificuldade de concentração foi-se agra- vando. Com isto, a ansiedade por não controlar o meu corpo ia dando cada vez mais sinais…

Lux – Esqueceu-se de si própria durante vários anos?
A.B. – Esqueci, fazendo algo que amo. Ou seja, passei longos anos a cuidar dos meus sem me questionar muito acerca de mim, às vezes, a ‘fazer das tripas coração’ para me manter de pé, firme. Sempre senti que nasci para cuidar. Agora aprendi a também ser cuidada e é maravilhoso! E sim, posso cair… Levanto-me assim que esteja preparada!
Lux – O caminho espiritual que tem feito foi transformador? A.B. – Desde que me lembro, sempre procurei o meu caminho espiritual. Eu sabia que o tratamento não passava por tomar medica- mentos, mas sim por mergulhar nesse caminho. Então, fui para a natureza e, a pouco e pouco, consegui reencontrar esse pon- to de total quietude que existe dentro de cada um de nós. Desde que o meu mestre espiritual, Paramahamsa Vishwananda, me encontrou, o amor flui em tudo o que faço e sinto necessidade de o partilhar com os outros. Lux – Que mulher é hoje?
A.B. – Sou uma mulher cheia de amor, que está a fazer o seu caminho, passo a passo, guiada, ouvindo cada vez mais o coração e acalmando a mente. Sinto verdadeiramente um amor que nunca tinha sentido antes e de facto a necessidade de o partilhar é imensa!
Lux – Antes do burnout soube que podia ter dificuldades em concretizar o sonho de ser mãe. Foi um murro no estômago?

A.B. – Foi. Dos maiores que já senti. E mesmo assim, na altura em que me foi dada a notícia, não parei muito para pensar nela.
Lux – Quão forte é o seu desejo de ser mãe?
A.B. – Desde menina que tenho o grande desejo de ser mãe. Há cerca de quatro anos, o meu médico percebeu que eu tinha uma reserva ovárica baixa e chegou o dia em que me confrontei com a possível dificuldade em vir a ser mãe. Comecei por negar, por não falar do assunto, e só algumas semanas depois me permiti chorar. Chorei dias seguidos. Todas as minhas brincadeiras de miúda passavam pela cozinha, a preparar comida para os meus Nenucos, os meus filhos. A minha maior alegria aconteceu quando tinha 8 anos: deram-me um bebé a sério, lindo! O meu irmão passou a ser o centro da minha vida.
Lux – Fez algo para que esse sonho não passasse disso mesmo? A.B. – Quando, finalmente, procurei uma solução viável enquanto a minha vida não estava estruturada para poder tentar ser mãe,
descobri a criopreservação. Recorri a este método duas vezes, e o impacto hormonal foi grande, mas, na altura, com as informações que tinha, fez-me sentido. Sinto que, de alguma forma, me serenou saber que tenho ovócitos ‘congelados’. Não sei se repetiria este processo. Entretanto, a minha busca por mais informação e outras opiniões não cessou, e há dados novos.
Lux – Viver uma relação sólida, ter filhos é algo que gostava que já tivesse acontecido ou aceita os timings que a vida tem reserva- dos para si?
A.B. – Aceito puramente a vida tal como ela é. Sei que tudo vem no momento certo. Assumo que, neste momento, sinto que estou mais próxima do que nunca para consolidar uma família com a pes- soa maravilhosa que está ao meu lado e, sim, ter filhos.
Lux – O que procura num homem para estar a seu lado?
A.B. – Amor! Puro amor. Não o amor interesseiro, que dá para receber. E tenho-o! Tenho ao meu lado alguém que respeita o meu caminho espiritual e, mais do que isso, o sente. É bom, é muito bom! “

Imagem e texto – revista LUX

Conheci a Márcia, como paciente, na quarentena. É uma lutadora, uma grande mulher. A vida apresentou-lhe caminhos tortuosos de algumas formas, por exemplo passou por 22 cirurgias… Mantém a mesma força de viver! Sabe que tudo tem um propósito, aceita e aprende.

A Márcia enviou-me este vídeo em jeito de agradecimento e deu-me autorização para o publicar. O agradecimento não era necessário, talvez a Márcia não saiba que me dá tanto como eu, a ela.

Partilho, assim como expus a minha história, no último livro que escrevi, para poder inspirar outras pessoas.