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– Na Europa o rótulo de café descafeinado só é atribuído ao café que tem 99,9% da cafeína removida. Ainda assim o teor médio de cafeína pode rondar os 1-5mg. Alegou-se no passado que o descafeinado não era seguro para a saúde, mas actualmente o processo de extração da cafeína torna o produto final seguro.

– O carioca de café é o café obtido com a mesma borra já usada noutro café. Há também quem peça um “café sem princípio”, o que significa uma versão intermédia entre o café e o carioca, pois rejeita-se apenas as primeiras pingas de café que saem da máquina. Em qualquer um destes casos é incerta a quantidade de cafeína presente, mas estima-se que seja metade (ou inferior) relativamente à do primeiro café tirado.

– Como o componente interessante para a saúde, nestas bebidas, é a cafeína, a ingestão destas alternativas poderá ser útil para quem tem problemas gastrointestinais ou fica demasiado estimulado com a cafeína (por ter grande sensibilidade à mesma), por exemplo.

Já falámos sobre o café e as propriedade da cafeína, podem ler aqui.

Contem-nos, preferem carioca de café ou descafeinado?
Ou não dispensam mesmo o cafezinho? (já sabem que adoro os “inhos” a que a mãe Bravo me habitua).

Para quem gosta de café e chocolate, esta receita nunca falha! O cheirinho e o sabor, numa opção fresca.

Ingredientes (2 pessoas)

200 ml queijo quark

q.b. stevia

3 c. sopa café quente

1 folha de gelatina

q.b. chocolate + 70% cacau para enfeitar

Comecei por hidratar a folha de gelatina em água fria.

Derreti-a no café quente e misturei com o quark, adoçando a gosto com stevia, neste momento.

Coloquei a mistura numa taça e levei ao frigorífico (pelo menos 5 horas).Servi polvilhado com raspas de chocolate.

O Canal Nutrição com do Jornal de Notícias  foi conhecer o Noshi Coffee. É um espaço inspirador que privilegia a alimentação saudável e foi criado por 2 pessoas –  criado por mãe e filha – que adorei conhecer.

Assista AQUI ao vídeo na íntegra.

//youtu.be/uLM62FyIH-w

 

 

O “café turbinado” é mais uma invenção que está na moda.

☕ O que é, afinal?

☕ Quais os pressupostos associados?

☕ O seu uso faz sentido?

 

O “café turbinado” é mais uma invenção que está na moda. O que é, afinal? É uma mistura de café com uma fonte de gordura, a maior parte das vezes óleo de coco. A teoria por trás desta conjugação de alimentos é a de que a gordura torna a absorção de cafeína mais lenta, prolongando assim os seus efeitos. Ou seja, dito por outras palavras, a sensação de energia provocada pela cafeína é sentida durante mais tempo. A somar a este efeito, tem-se o efeito saciante da gordura, neste caso, o óleo de coco, o que implica que a pessoa aguenta mais horas sem ter vontade de comer. Estes são os princípios em que os seguidores desta mistura creem.

Podíamos fazer aqui uma pequena resenha histórica, alegando que esta mistura foi criada por um empresário, numa das suas muitas viagens, uma delas pelo Tibete. Ali, o hábito de oferecer chá de manteiga aos viajantes tem o propósito de lhes dar uma bebida quente e energética para o árduo caminho que têm pela frente. Ora como empresário que é, Dave Asprey, criou a sua própria variante, juntando os efeitos benéficos do café, com os da gordura da moda, o óleo de coco (há quem faça esta mistura com óleo de coco e manteiga, ou com MCT e manteiga). Inclusivamente, Dave Asprey criou uma marca própria com esta mistura de gorduras com café, alegadamente mais puros e isentos de manipulação artificial e/ou industrial.

Na verdade, nada disto foi provado até ao momento. Ao fazer uma breve pesquisa sobre esta opção alimentar, a verdade é que não se encontra um único estudo científico publicado em nenhuma das bases de dados de artigos científicos existentes, que prove ou refute qualquer uma das alegações que é feita, por isso vamos apenas aos factos que são conhecidos.

Quais são, então, os objetivos de usar esta mistura alimentar? No meu entender vejo apenas um objetivo possível:

A “moda” da fuga aos hidratos de carbono como fonte energética e incentivo a uma espécie de jejum intermitente

Mas esta abordagem peca por vários defeitos:

1- ingerir gordura não parece atrasar a absorção da cafeína, pois a cafeína é hidrossolúvel e tem uma biodisponibilidade de 99-100%, ou seja, é totalmente aproveitada pelo organismo entre 15 e 45 minutos após a sua ingestão;

2- a duração dos efeitos da cafeína (3 a 5 horas) não é influenciada pela ingestão de alimentos, mas sim por outros factores, como a genética, problemas renais ou hepáticos, ou hábitos tabágicos; ou seja, a sensação prolongada de energia e ausência de apetite relaciona-se com os corpos cetónicos resultantes do metabolismo das gorduras;

3- o óleo de coco é rico em gordura de cadeia média (mas não é 100% de cadeia média), e o seu metabolismo tem sido alvo de estudo,mas não apresenta vantagens quando comparado com alguns óleos e azeite;

4- os MCT são 100% gordura de cadeia média, apresentando uma bioquímica e metabolismo mais protector de doença cardiovascular, mas os estudos sobre estes efeitos são também ainda inconclusivos para que se possa recomendar o seu consumo diário;

5- ingerir gordura como fonte energética é possível nas dietas cetogénicas, nas quais não se substitui os hidratos de carbono apenas numa refeição, mas sim em todas; ou seja, um café turbinado por si só, não fará o metabolismo energético da pessoa utilizar essa gordura como fonte energética o resto do dia, mas sim apenas nesse momento inicial;

6- um pequeno-almoço com cerca de 400-500 calorias, baseadas num nutriente único, não parece ser muito equilibrado;

7- o paladar deste pequeno-almoço pode não ser o mais consensual entre o público-geral.

Parece haver evidência científica suficiente para afirmar que quem bebe café, comparado com quem não bebe:
1. tem menor probabilidade de ter diabetes, demência e doença da Parkinson
2. tem menos episódios de AVC, enfartes, e probabilidade de ter alguns cancros
São mais as boas notícias do que as más notícias, no que diz respeito ao consumo de café e a saúde.
Mas convém reforçar a ideia de que o café não evita o aparecimento destas doenças. Nenhum estudo coloca um grupo de pessoas a beber café e outro grupo a não beber, e aguarda 10 ou 20 anos à espera de ver quem desenvolve estas doenças.
Os estudos mostram que há uma menor percentagem destas doenças nas pessoas que bebem café. Possivelmente estas pessoas também são as que praticam mais exercício e têm uma dieta geral mais saudável, ou até uma carga genética que lhes é mais favorável. Os estudos atuais não permitem estabelecer uma relação causa-efeito entre o consumo de café e o aparecimento de doenças.
Nos próximos parágrafos tenha em consideração que “uma chávena de café” tem cerca de 240ml de café solúvel e 100mg de cafeína. Se quiser comparar com a toma de café “expresso” (bica ou cimbalino), o conteúdo de uma chávena (“curta”) é de cerca de 30ml de café e 65mg de cafeína (café cheio seriam 60ml, ou seja, 130mg de cafeína).
Diabetes
A evidência parece ser muito robusta sobre esta matéria: beber mais do que 2 chávenas de café por dia reduz 25-35% o risco de ter diabetes, independentemente do peso corporal, idade ou género. De facto, parece que por cada chávena de café o risco de ter diabetes reduz em 5-10%. E isto é válido para o descafeinado e para o chá. Ou seja, não é a cafeína que produz este efeito, é o conjunto de antioxidantes (compostos fenólicos, presentes em maior quantidade quando o grão acabou de ser moído), vitaminas (niacina e vitamina E) e minerais (magnésio, potássio e crómio) que estão presentes nesta bebida.
Doenças cardio e cerebrovasculares
Um dos grandes responsáveis pelo risco de doença cardíaca e AVC é a diabetes. Ora, sobre esta condição, já vimos que o café tem um efeito protetor.
Para além desta proteção, o café também parece ter um efeito estabilizador do ritmo cardíaco (que é um fator de risco para AVC e enfarte) e um efeito protetor para o AVC diretamente. Quem bebe mais do que 1-3 chávenas de café por dia têm 20% menos risco de ter alterações do ritmo cardíaco e/ou AVC, independentemente da presença de hipertensão, colesterol elevado ou mesmo diabetes.
Doença de Parkinson e Alzheimer
Sobre estas condições a evidência parece ser também bastante consistente: o consumo elevado de café (mais de 3 por dia) reduz o risco de doença de Parkinson e reduz em 65% o risco de desenvolver demência ou doença de Alzheimer.
Cancro
Este é um campo mais controverso. Apenas parece evidente o fator protetor sobre o cancro do fígado e do intestino. Sobre os restantes o efeito não é claro. Quem bebe café tem menos episódios de cirrose hepática e cancro do fígado. Mais uma vez não se consegue estabelecer uma relação causa-efeito. Parece que há determinados tipos de cancro de mama (depende da mutação genética em causa) que poderão beneficiar do consumo de café. Relativamente ao cancro da próstata e bexiga, não há resultados conclusivos, tal como em relação ao cancro do pulmão e do pâncreas.
Saúde óssea
A ciência atual não encontra evidência para que o consumo de café tenha efeitos adversos na saúde óssea, apesar de a cafeína com o seu efeito diurético possa influenciar a excreção de cálcio e magnésio. O que acontece e está demonstrado em alguns estudos é que o consumo de laticínios e outros alimentos que são importantes fornecedores de cálcio diminui com a idade, enquanto o consumo de café se mantém, ou até poderá aumentar. Este desequilíbrio de consumos pode condicionar a saúde óssea, mas enquanto se mantiver o consumo de cafeína dentro dos limites de 300-400mg/ dia e o de cálcio entre 800-1000mg/dia, o risco de diminuição da densidade mineral óssea ou do risco de fraturas do colo do fémur não se altera.
Até que quantidade é considerado seguro beber cafeína por dia?
Algumas sociedades científicas internacionais referem que 400mg para adultos é o limite considerado seguro para a saúde humana e até onde as vantagens e benefícios superam os possíveis riscos. Em Portugal, o consumo máximo recomendado pelos organismos científicos e profissionais (apresentado na “Roda dos Alimentos”, em 2003) é de 300mg/dia. Este consumo de 300mg/dia é também o mais seguro para idosos e mulheres pós-menopausa.
Grávidas e aleitantes devem reservar o seu consumo até as 200mg por dia, sem isso acarretar qualquer perturbação do normal desenvolvimento fetal.
Para adolescentes esta quantidade é de apenas 100-120mg/dia e para crianças o ideal é “zero”, sendo o limite máximo recomendado de 30-40mg/dia.
(quantidade de cafeína: 100g de chocolate (5 a 35mg); 330ml de refrigerantes e/ou bebidas energéticas (30-50mg).