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abacate

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E eis que as ervilhas surgem, numa tarte bem repimpada, da Cozinha com Coração. E porquê? Porque adoro esta leguminosa, tantas vezes me esqueço dela e ontem vi-a no prato do “vizinho”.
Cá está a nossa receita, que de boa tem pouco, tem é muito – falta o “muito” – é muuuuuuuuuuuuuito boa!
A receita? É para já. Então sai uma tarte de ervilhas repimpada!
Deixo tudo, é direitinho, como faz quem percebe mesmo de cozinha (eu percebo 2, de 0 a 20).
Ingredientes (1 pessoa – na verdade podem sempre partilhar, mas as quantidades são propostas para 1 refeição):
– 50g polpa de abacate
– 100g farinha com fermento
– 1+1/2 c. sopa linhaça triturada
– 8 colheres de sopa de água fria
– 75g ervilhas congeladas
– 25g queijo ralado (podem usar a versão vegetal)
– 1 c. chá psyllium
– q.b. ervas frescas a gosto
– Programei o forno a 190 graus.
– Para preparar a massa, amassei a farinha com a polpa de abacate (caso seja necessário, pode juntar um pouco de água fria). A massa deve ficar macia e não se colar nas mãos.
– Depois de repousar 10 minutos, estiquei-a com um rolo e coloquei numa forma untada. Levei ao forno cerca de 10 minutos.
– Preparei o “ovo de linhaça” misturando a linhaça triturada com as 8 colheres de sopa de água. Deixei repousar 5 minutos.
– Entretanto preparei o recheio processando o “ovo de linhaça” com a salsa e as ervilhas e envolvendo depois o queijo ralado e o psyllium.
– Distribuí esta mistura sobre a massa e levei de novo ao forno até cozinhar (cerca de 20 minutos).
E ta tá!
Que tal, aprovam?
De que outros pratos gostam, com ervilhas?

Há alguns alimentos que não constam na Roda dos Alimentos, por terem características nutricionais que não permitem que se encaixem em nenhum dos seus grupos. Neste e em posts futuros abordarei  alguns.

O abacate e o coco, apesar de serem frutos, não estão na Roda dos Alimentos.

🥑 O abacate é uma fruta fresca, mas apresenta um teor de gordura e de proteína muito elevados, principalmente de gordura, nutriente esse que os restantes frutos apresentam em quantidades vestigiais.

🥥 Quanto ao coco, é considerado um produto com diversas utilidades, pois pode ser separado em várias partes (algumas comestíveis, outras não) com composições nutricionais bastante variadas: a água de coco é rica em açúcares, água, vitaminas e minerais, e a parte branca é sólida, bem mais seca e rica em gordura. Deste fruto ainda se produz o leite de coco, que é obtido através do processamento da parte branca do coco ralado com água quente, para extracção da gordura e dos compostos voláteis.

Assim percebemos que estes alimentos, apesar de serem biologicamente denominados frutos, não são nutricionalmente comparáveis aos restantes da Roda dos Alimentos.

A Roda dos Alimentos sugere-nos a ingestão de 3 a 5 peças de fruta por dia, com o peso médio de 160g.

Nos planos alimentares que prescrevi durante os primeiros anos da minha prática clínica, toda a comida tinha um peso descrito, incluindo a fruta:
“Uma peça de fruta refere-se a: 1 maça pequena (80 gramas), 1 pera média (120 gramas) 1 kiwi (120 gramas), 24 cerejas, 1 laranja pequena (100 gramas), 2 tangerinas pequenas, 4 ameixas, 6 nesperas, 1 chávena almoçadeira de morangos (200 gramas), 12 bagos de uvas, 1 talhada de melão ou meloa ou melancia (240 gramas), meia banana (50 gramas).”

Ao longo do tempo, com o relato de muitos pacientes, fui percebendo que “andar com a balança atrás” torna o acto de comer mais uma tarefa e lhe subtrai prazer. É claro que há excepções e por exemplo no caso de diabéticos tipo 1, há que saber qual o peso de cada fruta que corresponde a determinada quantidade de hidratos de carbono. Ora para uma pessoa saudável, o bom senso parece-me o essencial: devemos comprar maçãs e pêras médias (não as que parecem quase meloas), comer 1/2 papaia, 1/4 de mamão… Se os kiwis forem pequenos (como habitualmente são os de agricultura biológica), 2 farão a conta certa. Já nas ameixas, 2-4 conforme o tamanho. 1 chávena serve bem para quantificar os frutos vermelhos e até mesmo as uvas. Quanto ao abacate, por ser bastante mais calórico, usemos metade (ou 1 daqueles bem pequenos, como são habitualmente os de agricultura biológica) e também o podemos usar como fonte de gordura para barrar o pão ou numa salada, se gostarmos ou quisermos variar, como tempero, em vez de outra gordura. Mas, já agora, o abacate é uma excepção, como um outro fruto, de que falarei brevemente.

Assim, sugiro que usemos o bom senso e sem perdermos a conta ao que comemos (que acontece facilmente por exemplo quando começamos a comer uvas e temos dificuldade em parar), incluamos a fruta no nosso dia-a-dia sem que tal seja mais um exercício rigoroso de cálculos, ou seja, mais uma tarefa num dia já tão atribulado.