Category

Sobre os alimentos

Category

Estes queijos não sofrem cura/maturação.

O queijo fresco resulta da coagulação da proteína do leite e dessoramento (do leite) através da fermentação lática.

O requeijão é um subproduto do fabrico do queijo, através da massa formada a partir do soro de leite, que é aquecido novamente (pasteurizado, levando a que as proteínas coagulem e solidifiquem).

O queijo fresco tem uma textura macia e sabor suave enquanto o requeijão tem um sabor mais forte e uma textura mais cremosa, mas igualmente refrescante.

Ambos são ricos em proteínas, cálcio, fósforo e vitaminas A, D e do complexo B.

O queijo fresco tem mais proteína do que o requeijão: termo a mesma quantidade de proteína (8g) em 50g de queijo fresco ou no dobro de requeijão (100g).

Há uma diversidade de queijos frescos e requeijões, sendo que, no geral, o teor de gordura em ambos ronda os 10-20%, tal como o teor de proteína.

Estejam atentos ao rótulo e escolham a opção que mais vos agrada, pois ambos são óptimas opções nutricionais!

Assim, a resposta não é “ou”, é “e”. Variar é a palavra de ordem.

Aconselho-vos a verem o vídeo completo no Canal Nutrição com Coração do Jornal De Noticias . Deixo o link:

https://www.jn.pt/2683723728/semelhancas-e-diferencas-entre-queijo-fresco-e-requeijao/

Desta vez a comparação é entre alimentos que pertencem ao mesmo grupo da Roda dos Alimentos: o das leguminosas.

Importa lembrar que há vários tipos de feijão (branco, encarnado, preto, manteiga, catarino, frade, etc.) e que, apesar de muito semelhantes entre si, nesta análise se considerou apenas o branco e o vermelho (pois são os mais semelhantes).

Na sua versão cozida e demolhada, 100g destes alimentos fornecem cerca de:
– 105kcal (feijões)
– 115kcal (lentilhas)

As lentilhas fornecem um teor relativamente superior de proteína (9g/100g vs. 6,5g/100g) e hidratos de carbono (sob a forma de amido: 15g/100g vs. 13g/100g; menor sob a forma de açúcares: 0,4g/100g vs. 0,7g/100g), mas menor de fibra (4,5g/100g vs. 6,5g/100g).

Ambos fornecem um teor negligenciável de lípidos totais, mas um importante teor de lípidos polinsaturados (maioritariamente ómega-6).

Quanto ao teor vitamínico e mineral, os feijões são superiores no que diz respeito a vitamina E, ácido fólico, sódio, potássio, cálcio, fósforo e magnésio, enquanto as lentilhas apresentam teores superiores de vitamina A, vitaminas do complexo B (B1, B2 e B6), selénio e zinco. Nenhum destes alimentos fornece vitamina D, B12 ou C.

Em conclusão, são ambos alimentos de baixo teor lipídico, com hidratos de carbono maioritariamente complexos e um importante teor de fibra. É de notar o teor de proteínas que aportam, completando a alimentação variada e equilibrada.

Importante é mesmo variar os alimentos dentro de cada grupo da Roda dos Alimentos, de forma a obter todos os nutrientes de que necessitamos. Como vemos neste exemplo, no mesmo grupo, uns alimentos são mais ricos em determinadas vitaminas e minerais e outros alimentos contêm maior quantidade de outros nutrientes.

Assim, não faz sentido comparar “ao milímetro”, muito menos olhar apenas às calorias dos alimentos; mais uma vez repito: no variar está o segredo do equilíbrio!

Reaquecer os alimentos que já foram confeccionados altera-os?

Na verdade as maiores perdas e alterações acontecem na confecção propriamente dita. Ou seja a perda vitaminica, mineral e de antioxidantes acontece antes.
Também é durante a confecção de alguns alimentos que se podem formar químicos nefastos para a saúde. Por exemplo a formação de acrilamida no caso de produtos amiláceos confeccionados a altas temperaturas (+ de 120°C), que pode aumentar potencialmente o risco de desenvolver cancro.

No reaquecimento, nomeadamente altas temperaturas, a gordura pode saturar mais, o que é prejudicial e também se podem perder mais sucos, com eventual perda maior de algumas vitaminas e minerais.

Sugiro que vejam o vídeo completo no Canal Nutrição com Coração do Jornal de Notícias – tem mais de 300 episódios com muitas sugestões e conteúdos de alimentação e nutrição.

👀 https://www.jn.pt/5684059651/os-cuidados-a-ter-na-hora-de-reaquecer-comida/

Jornalista: Sara Gerivaz
Repórter de imagem: Carlos Oliveira

SIBO – síndrome de sobrecrescimento bacteriano

– O que é?
Tal como acontece com o intestino grosso (cólon), o intestino delgado também contém bactérias ao longo de todo o seu percurso. O duodeno contém cerca de 10^3 bacterias, o jejuno entre 10^4 e 10^5 e o íleo entre 10^7 a 10^8. Quando estes números aumentam cerca de 100x, diz-se que há um sobrecrescimento das bactérias do intestino delgado.

– Como é que estes números são mantidos?
Através das secreções ácidas do estômago, alcalinas do pâncreas e do intestino e através dos ácidos biliares. Ainda, os movimentos anterógrados de peristaltismo do intestino mantêm as bactérias do intestino grosso (10^12) no seu lugar e impedem que estas “caminhem” intestino delgado acima, alterando a sua quantidade e variedade. Ao contrário do cólon, as bactérias do intestino delgado não são de grande variedade devido ao curto período de tempo que passam no mesmo sítio, pelos motivos apresentados acima (peristaltismo e secreções) e devido ao ambiente rico em nutrientes e com algum teor de oxigénio.

– O que faz então existir este sobrecrescimento das bactérias do intestino delgado?
A dismotilidade intestinal (ou seja, a alteração da capacidade de manter as contracções rítmicas do intestino a um ritmo que impeça que as mesmas fiquem muito tempo no mesmo sítio): pode ser causada por diabetes, esclerose sistémica, medicação (como opióides e anticolinergicos), doença de Parkinson e enteropatia por radiação; ainda por alteração das secreções gástricas (por exemplo em casos de uso prolongado de medicamentos para o estômago) e intestinais (em quantidade e qualidade): ambas as condições são também típicas dos idosos. Alterações anatómicas causadas por cirurgias ao estômago/ intestino (incluindo gastrectomia, colecistectomia e apendicectomia) interferem com o efeito das secreções sobre as bactérias tipicamente presentes principalmente no duodeno e jejuno proximal, ou provocadas por estenoses, diverticulites e fístulas (p.e. doença de Crohn) também alteram o normal funcionamento do intestino bem como o metabolismo das bactérias presentes em cada porção do intestino.

– Quais são os sintomas a destacar?
Sintomas inespecíficos como perda de peso, diarreia, flatulência, eructação, distensão abdominal e dor. Os sintomas podem ser sugestivos de outras condições intestinais como doença celíaca, síndrome de intestino irritável, alguma intolerância alimentar, etc.

– Como se diagnostica?
O diagnóstico, apesar de não haver ainda uma grande consenso e uma guideline específica, pode ser feito através de testes de hidrogénio expirado (aumentado quando há fermentação exagerada dos nutrientes ao nivel do intestino delgado) ou aspiração (por endoscopia) do conteúdo intestinal (para medição em culturas bacterianas do número e tipo de bactérias que se desenvolvem)

– Há tratamento?
O primeiro passo é eliminar todo o qualquer açúcar de adição da dieta (através quer de bebidas como de comidas), bem como bebidas alcoólicas. Em segundo ponto, uma dieta restrita em fodmaps parece permitir reduzir a fermentação bacteriana e os sintomas associados. Por fim, o uso de antibióticos específicos permite reduzir a população bacteriana que está “a mais” no intestino. O uso de probióticos parece não ter nenhum impacto significativo nesta síndrome. Obviamente que um estilo de vida mais saudável que inclui a adesão a uma dieta mediterrânea e a prática de atividade física está também na base da melhoria da qualidade de vida destas pessoas.

— Notas finais: é ainda difícil proceder a um diagnóstico conclusivo. Faltam muitos estudos que permitam também definir um tratamento com eficácia significativa, que não envolva o uso de antibióticos.

 

O Canal Nutrição com Coração do Jornal de Notícias escolheu este tema e pode assistir ao vídeo completo aqui:  Como prevenir e tratar o inchaço abdominal provocado pelo SIBO (jn.pt)

A proteína é um nutriente constituído por uma sequência (mais ou menos longa) de aminoácidos, alguns dos quais podem ser produzidos pelo nosso organismo, outros (chamados “essenciais”) temos que obter através dos alimentos.

O aminoácido que existe em menor quantidade (ou que não existe) numa proteína, vai limitar a capacidade de o organismo aproveitar os restantes aminoácidos.

A proteína é importante não só para os nossos músculos, mas também para o nosso sistema imunitário, para o transporte de substâncias no sangue, para a estrutura das nossas células e tecidos e para (em última análise) a produção de energia.

A proteína é um dos nutrientes considerados essenciais na nossa alimentação: ou porque praticamos desporto e precisamos dela para a síntese e recuperação muscular, ou porque, com o envelhecimento, este nutriente se reveste de maior importância dada a perda natural de massa muscular.

E onde encontramos proteína? Há várias fontes, tanto de origem animal como de origem vegetal. Entre os alimentos de origem animal destacam-se a carne, pescado e ovos e também os lacticínios. Acerca dos de origem vegetal, viramos as nossas atenções principalmente para as leguminosas como a soja, o feijão, o grão, lentilhas e a ervilha, mas também os cereais integrais e pseudocereais (quinoa, amaranto e trigo sarraceno), os frutos oleaginosos (nozes e amendoins p.e.) e as sementes.

A quantidade média de proteína de que precisamos é 0,8-1,0g/kg peso, ou seja, cerca de 60-70g/dia.
Estima-se que consumamos maior quantidade do que necessitamos.

O excesso de proteína não faz mal, a não ser que o rim não esteja a funcionar bem. O seu excesso é excretado.

 

Podem assistir no meu Instagram: https://www.instagram.com/reel/Cwj_LQttPao/?utm_source=ig_web_button_share_sheet

 

Antes de mais, a proteína é um macronutriente constituído por uma sequência (mais ou menos longa) de aminoácidos (que são, portanto, as suas unidades estruturais), alguns dos quais podem ser produzidos pelo nosso organismo, outros (chamados “essenciais”) temos  que obter através dos alimentos.
O aminoácido que existe em menor quantidade (ou que não existe) numa proteína, vai limitar a capacidade de o organismo aproveitar os restantes aminoácidos.
A proteína é importante não só para os nossos músculos, mas também para o nosso sistema imunitário, para o transporte de substâncias no sangue, para a estrutura das nossas células e tecidos e para (em última análise) a produção de energia.
A proteína é um dos nutrientes considerados essenciais na nossa alimentação: ou porque praticamos desporto e precisamos dela para a síntese e recuperação muscular, ou porque, com o envelhecimento, este nutriente se reveste de maior importância dada a perda natural de massa muscular.

E onde encontramos proteína? Há várias fontes, tanto de origem animal como de origem vegetal. Entre os alimentos de origem animal destacam-se a carne, pescado e ovos e também os lacticínios. Acerca dos de origem vegetal, viramos as nossas atenções principalmente para as leguminosas como a soja, o feijão, o grão, lentilhas e a ervilha, mas também os cereais integrais e pseudocereais (quinoa, amaranto e trigo sarraceno), os frutos oleaginosos (nozes e amendoins p.e.) e as sementes, contêm proteína.
As fontes alimentares de proteína diferem relativamente à qualidade da proteína, à sua digestibilidade e absorção e à influência dos restantes nutrientes presentes nos alimentos (a matriz alimentar) nestes processos. Em teoria, as fontes de proteína animal tendem a ser de maior qualidade e a não sofrer influências negativas dos restantes nutrientes, pelo que são melhor aproveitadas pelo organismo. Mas será que isso tem impacto na saúde humana, ou mais especificamente na síntese de proteínas musculares? Ainda não há consenso.

O que se sabe é que a proteína whey, também conhecida por proteína do soro do leite (representa 20% do total de proteína dos laticínios), é uma proteína completa, com todos os aminoácidos essenciais em quantidade significativa, com elevada digestibilidade (ao contrário da caseína, proteína que representa 80% da proteína dos lacticínios), com importante contributo para os níveis sanguíneos de leucina (um aminoácido) e por isso a mais usada no que diz respeito à suplementação, principalmente para desportistas.

A proteína da ervilha, por seu turno, – tal como acontece com outras fontes alimentares vegetais de proteína -, sofre influência de “antinutrientes” (como os taninos e o ácido fítico p.e.), que se ligam às proteínas e a inibidores das enzimas que as digerem, reduzindo a sua biodisponibilidade.
Assim, quando olhamos para os scores de digestibilidade, esta proteína surge com valores bem abaixo dos encontrados para a proteína whey (0,67 vs. 1,00).

Sugestão: Deixar as ervilhas de molho durante 12h reduz significativamente o teor destes “antinutrientes”, melhorando a absorção e biodisponibilidade das proteínas.

Quando olhamos para o impacto na saúde, os estudos mostram que, para teores de ingestão proteica superior a 30g por refeição, o tipo de proteína (whey vs. ervilha) deixa de fazer diferença sobre a síntese de massa muscular, pois a quantidade de aminoácidos é suficiente para suprir todas as necessidades deste tecido. (No entanto, para valores na ordem dos 15g-20g de proteína, a whey é de qualidade superior à da ervilha.)

Segundo a tabela da composição dos alimentos portugueses, por 100g de ervilhas frescas cruas há 6,4g de proteína e por 200ml de leite meio gordo há 6,6g de proteína.

Seja com que escolha alimentar for, dificilmente se consegue obter 25-30g de proteína numa refeição através de um alimento só, pelo que o segredo está em juntar vários alimentos proteicos. Quer a ervilha como os lacticínios trazem consigo a vantagem de outros nutrientes, como o perfil vitamínico e mineral, ao qual a ervilha acrescenta ainda o teor de fibra e antioxidantes (como os taninos!). Devemos pensar nos alimentos em toda a sua composição e complexidade, ponderando as vantagens e desvantagens e não apenas num ou noutro nutriente que os constituem.