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Booooom dia! 

️No episódio desta semana do Canal Nutrição com Coração do Jornal de Noticias , diz: Ana Maria Pinto abandonou a correria lisboeta para regressar ao mundo rural de Trás-Os-Montes. Criou o Time Off, um blogue e projeto de caminhadas que leva os participantes a conhecer o Portugal “mais profundo”.

A Anita é das minhas melhores amigas e tem uma coragem imensa: a de correr em busca da felicidade, ainda que contrariando tudo e todos inicialmente, mesmo trocando o certo pelo incerto. Poucas pessoas o fariam… E os seus olhos voltaram a brilhar, fruto desse salto de coragem. E o seu brilho inspira outros a brilhar também. Já agora, já caminharam pelo nosso Portugal profundo com um grupo organizado pela Time Off? mesmo a pena!

Tenham um dia – muito – feliz e vejam o vídeo completo no Canal – deixo o link:

https://www.jn.pt/artes/especial/videos/conhecer-o-portugal-mais-profundo-atraves-das-caminhadas-do-time-off-12918133.html

Booooooom dia!

Viram esta entrevista que dei à Revista LUX ? Gosto de conversas assim. Com conteúdo e sem segundas interpretações.

“Ana Bravo é, aos 39 anos, uma mulher ‘nova’, que reapren- deu a viver de dentro para fora com a ajuda do seu mestre espiri tual, que conheceu após sofrer um burnout, o ano passado. Paramahamsa Vishwananda inspira-a todos os dias e deu-lhe as ferramentas para desfrutar do amor no seu expoente máximo. É através da meditação, aliada ao exercício físico e a uma alimentação saudável, que a nutricionista do Porto se completa e partilha o seu saber com os seus pacientes. Foi isso que nos contou numa conversa franca e de coração aberto, feita a propósito do lançamento dos novos iogurtes Activia, da Danone. O único tema que preferiu não desenvolver muito foi a relação que está a viver, com alguém cuja identidade prefere não revelar. Sobre a notícia que dá como certo que o estilista Gio Rodrigues é o seu novo amor, Ana Bravo prefere não comentar. Lux – De que forma estes últimos meses mexeram emocionalmente consigo?
Ana Bravo – Todos receamos o in- certo, mas ainda assim não posso dizer que senti medo. O caminho espiritual que sigo ajuda-me a ter uma perspetiva um pouco diferente. Parece clichê, mas realmente aplico-o no meu dia a dia, desde que conheço Paramahamsa Vishwananda não me foco nas encruzilhadas da mente, mas sim no poder do sentir, do coração. Quando percebemos que não controlamos nada e deixamos de permitir que a mente nos autossabote, os medos vão -se e só o amor fica. Nesse estado de puro amor sentimos paz, verdadeira paz. Na quarentena, por ter mais tempo em silêncio, reforcei esse bem-estar interior, aquilo que no meu último livro, que saiu mesmo antes do confinamento, chamo “alimentação do sentir”, pelo que estive, na grande maioria do tempo, em muita paz.
Lux – Sendo nutriconista, é extremista na alimentação?
A.B. – Não, não sou extremista. A alimentação deve, além de servir o seu propósito primordial (nutrir), proporcionar boas sensações. É claro que não faz sentido incluir produtos alimentares com excesso de açúcar e/ou gordura com frequência. O que faz sentido é ir para a cozinha com amor e ver no ato de preparar comida um momento bom. E quanto às exceções, devem ser isso mesmo: momentos raros. Peço sempre, nas primeiras consultas, para que as pessoas não comprometam o seguimento de um plano alimentar se abrirem uma exceção que não contavam. A seguir a um desses momentos faz sentido apenas retomar os cuidados alimentares e não guardar peso na consciência ou sentimento de culpa, mas apenas a recordação do prazer que proporcionou. Assim, não há alimentos proibidos nos meus planos alimentares. O velho ditado ‘nem sempre nem nunca’ adapta-se na perfeição à alimentação.
Lux – Incluir na dieta iogurtes sem açúcar ajuda?
A.B. – Claro que ajuda. Os iogurtes possuem microrganismos vivos benéficos para nós. Activia não é exceção nesse efeito pro- biótico, através de microrganismos vivos que contribuem para a digestão da sua lactose, ajudan- do-nos a sentir bem, de dentro para fora. Além disso, os novos Activia não têm açúcares adicio- nados, têm apenas os naturalmente presentes nos ingredientes que lhes dão origem. Esta nova linha está bem conseguida e mantém o sabor ao adicionar o dobro da fruta ou ao adoçar os produtos de forma natural, com o uso de tâmaras por exemplo.
Lux – Desde a infância a Ana tra- vou várias lutas no campo da alimentação. Qual foi a mais difícil? A.B. – A maioria das minhas brincadeiras com a pessoa que hoje trabalha comigo, a Kiki, aconteciam no meio dos tachos. De facto, já comi a mais, em fases de muita “fome emocional” associada a ansiedade e já comi menos do que devia… O que me marcou mais foi o esforço imenso que fazia para comer nos anos que se seguiram à apendicectomia.
Lux – Foi uma situação grave? A.B. – Na verdade, ia morrendo. Tive uma apendicite aguda diagnosticada tardiamente. Mexeu comigo emocionalmente, porque tinha 6 anos e percebi nos meus avós o que é sentir medo de deixar de ver alguém que se ama. Os meus pais estavam fora.

Lux – Hoje parece estar bem com o seu exterior. Sempre teve uma boa relação com o seu corpo ou foi mudando com os anos?
A.B. – Na verdade, todos temos uma parte de que gostamos menos. Desde a morte prematura do meu irmão tive muitas alterações hormonais e inevitavelmente o corpo mudou um pouco. Confesso que, mesmo sendo um pouco vaidosa, tal não mexeu comigo… Acredito mesmo que cada um de nós deve ter respeito por si e gostar da imagem que o espelho lhe devolve. Sobretudo desde que vivo em equilíbrio com o que trago dentro, o que vejo passou a ser uma extensão desse equilíbrio. Sinto-me bem.
Lux – O exercício físico é fundamental para esse bem-estar?
A.B. – É, completamente! Faço aulas de treino funcional com a Sara Garrido e de Pilates com a Rita Campos, já há uns anos. Tenho duas hérnias na coluna e esta equipa ajuda-me a manter-me sem qualquer mal-estar. Como as aulas são partilhadas com todos, nas redes, três vezes por semana, agora são ainda mais desafiantes e motivadoras.
Lux – No seu último livro, mostra-se como é, sem a ideia falsa de perfeição. Foi um lavar da alma para si?
A.B. – O livro é o resultado dos últimos anos de mergulho em mim mesma. Após esse período de descoberta interior cheguei à conclusão de que não faz sen- tido partilhar apenas a vida cor-de-rosa, sem antes ajudar as essoas a perceber o que vai dentro delas e as liga à comida e à forma como se alimentam. Se pretendo ajudar, o que faz sentido é desmanchar um pouco esse cenário aparentemente perfeito e vestir-me de mim, até mesmo expor-me, partilhando uma parte da minha vida que sinto poder ser útil a muita gente.
Lux – Fala também no burnout que sofreu o ano passado. A mor- te do seu avô e do seu irmão, depois, aos 35 anos, conduziram a Ana a uma situação limite?

A.B. – As minhas crenças espirituais quanto à morte sempre foram muito claras e não ficaram abaladas com a morte de pessoas que amo. O que aconteceu é que não me permiti fazer nenhum dos dois lutos no momento certo, porque na altura ainda achava que era uma supermulher e que vivia apenas para cuidar dos outros. Assim, enquanto a minha família não se levantou, dei-lhes colo e esqueci-me de mim. Mais tarde, aprendi com muito sofrimento que ninguém passa impunemente por situações de dor: há que sofrer e não tentar ‘mascarar’ esse sofrimento, por exemplo carregando-nos de afazeres ‘para não pensar’. Se não encararmos de frente o que nos magoa, se não sofrermos no momento certo, se guardamos coisas que temos de verbalizar, mais cedo ou mais tarde o nos- so corpo exteriorizará esse mal-estar que carregamos – e que é tão pesado – manifestando-se até fisicamente. Então, fiz dois lutos tardios e no caso do meu irmão foi mesmo doloroso. Ele estava na Argélia e estivemos um mês à espera do corpo… Quem passaria impunemente por isto? Ninguém. Agora respeito-me e sofro o que tenho a sofrer, até conseguir naturalmente ‘encaixar o tema na gavetinha certa’ e poder seguir sem carregar esse peso. Percebo agora, sobretudo com os meus pacientes e todas as pessoas que me têm procurado através das redes sociais e do blog, que todos carregamos demasiados pesos. Tento ajudar nessa libertação.
Lux – Que sinais o seu corpo lhe deu na altura, de que algo não estava bem?
A.B. – Com o burnout sentia muitas tonturas, sobretudo a caminhar – parecia que punha os pés em nuvens – tinha de parar e apoiar-me em algo. A privação de sono ia enfraquecendo o meu corpo cada vez mais e a dificuldade de concentração foi-se agra- vando. Com isto, a ansiedade por não controlar o meu corpo ia dando cada vez mais sinais…

Lux – Esqueceu-se de si própria durante vários anos?
A.B. – Esqueci, fazendo algo que amo. Ou seja, passei longos anos a cuidar dos meus sem me questionar muito acerca de mim, às vezes, a ‘fazer das tripas coração’ para me manter de pé, firme. Sempre senti que nasci para cuidar. Agora aprendi a também ser cuidada e é maravilhoso! E sim, posso cair… Levanto-me assim que esteja preparada!
Lux – O caminho espiritual que tem feito foi transformador? A.B. – Desde que me lembro, sempre procurei o meu caminho espiritual. Eu sabia que o tratamento não passava por tomar medica- mentos, mas sim por mergulhar nesse caminho. Então, fui para a natureza e, a pouco e pouco, consegui reencontrar esse pon- to de total quietude que existe dentro de cada um de nós. Desde que o meu mestre espiritual, Paramahamsa Vishwananda, me encontrou, o amor flui em tudo o que faço e sinto necessidade de o partilhar com os outros. Lux – Que mulher é hoje?
A.B. – Sou uma mulher cheia de amor, que está a fazer o seu caminho, passo a passo, guiada, ouvindo cada vez mais o coração e acalmando a mente. Sinto verdadeiramente um amor que nunca tinha sentido antes e de facto a necessidade de o partilhar é imensa!
Lux – Antes do burnout soube que podia ter dificuldades em concretizar o sonho de ser mãe. Foi um murro no estômago?

A.B. – Foi. Dos maiores que já senti. E mesmo assim, na altura em que me foi dada a notícia, não parei muito para pensar nela.
Lux – Quão forte é o seu desejo de ser mãe?
A.B. – Desde menina que tenho o grande desejo de ser mãe. Há cerca de quatro anos, o meu médico percebeu que eu tinha uma reserva ovárica baixa e chegou o dia em que me confrontei com a possível dificuldade em vir a ser mãe. Comecei por negar, por não falar do assunto, e só algumas semanas depois me permiti chorar. Chorei dias seguidos. Todas as minhas brincadeiras de miúda passavam pela cozinha, a preparar comida para os meus Nenucos, os meus filhos. A minha maior alegria aconteceu quando tinha 8 anos: deram-me um bebé a sério, lindo! O meu irmão passou a ser o centro da minha vida.
Lux – Fez algo para que esse sonho não passasse disso mesmo? A.B. – Quando, finalmente, procurei uma solução viável enquanto a minha vida não estava estruturada para poder tentar ser mãe,
descobri a criopreservação. Recorri a este método duas vezes, e o impacto hormonal foi grande, mas, na altura, com as informações que tinha, fez-me sentido. Sinto que, de alguma forma, me serenou saber que tenho ovócitos ‘congelados’. Não sei se repetiria este processo. Entretanto, a minha busca por mais informação e outras opiniões não cessou, e há dados novos.
Lux – Viver uma relação sólida, ter filhos é algo que gostava que já tivesse acontecido ou aceita os timings que a vida tem reserva- dos para si?
A.B. – Aceito puramente a vida tal como ela é. Sei que tudo vem no momento certo. Assumo que, neste momento, sinto que estou mais próxima do que nunca para consolidar uma família com a pes- soa maravilhosa que está ao meu lado e, sim, ter filhos.
Lux – O que procura num homem para estar a seu lado?
A.B. – Amor! Puro amor. Não o amor interesseiro, que dá para receber. E tenho-o! Tenho ao meu lado alguém que respeita o meu caminho espiritual e, mais do que isso, o sente. É bom, é muito bom! “

Imagem e texto – revista LUX