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Alimentação e Nutrição

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Partilho convosco  entrevista que dei à Revista Sábado, a propósito da minha escolha de um dia alimentar vegan, que não chegou a sair:

 

1. Porque escolheu receitas vegetarianas?
Porque a minha mãe é vegan e costumamos fazer as refeições em conjunto. Privilegio o convívio com quem amo, faço das refeições momentos de terapia e não abdico da comidinha caseira – se tiver um toque de mãe, tanto melhor. Adoro os nossos pratos vegetarianos preparados com as receitas tradicionais da nossa cultura!

2. É mais saudável e mais barato fazer receitas vegetarianas?
A forma como escolhemos alimentar-nos é uma importante característica da cultura humana. Assim, cada pessoa deve sentir e escolher o que lhe faz mais sentido, desde que tal escolha garanta o equilíbrio nutricional de que todos necessitamos.
As opções vegetarianas podem ser benéficas em casos específicos.

Sim, se soubermos fazer bem as escolhas e não formos para os ultraprocessados, ser vegetariano pode ser mais barato.

3. Quantas vezes por semana se deve comer refeições sem proteína animal? Porquê?
Que eu saiba, não há nenhuma recomendação nesse sentido. (Podemos simplesmente não comer proteína animal.)

4. Quais são os benefícios da proteína vegetal?
Não se trata dos benefícios da proteína vegetal especificamente, mas sim dos alimentos vegetais como um todo, com uma riqueza e sinergia de nutrientes muito interessante.
Para tirar o máximo partido nutricional destes alimentos há que saber prepará-los e confeccioná-los.

5. Pela sua experiência, os portugueses estão mais recetivos a receitas vegetarianas ou ainda estão convictos que uma refeição saciante tem de ter carne ou peixe?
Acredito que no geral sim, mas depende de vários fatores: região do país, estrato sócio-económico, escolaridade, etc.

Hoje falo-vos de contaminação alimentar, nomeadamente de um contaminante específico: a acrilamida.
O que é? Deixo-vos a descrição de Luísa Ramos Bordajandi, farmacêutica da EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos): “A acrilamida é formada a partir de açúcares e aminoácidos, principalmente um chamado asparagina, que estão naturalmente presentes em muitos alimentos. E embora seja praticamente impossível eliminar a acrilamida dos alimentos amiláceos cozinhados, é possível reduzir as quantidades nos alimentos através de uma cozedura mais cuidadosa e variada.”
Além dos cuidados caseiros que vos sugiro no vídeo, deixo alguns produtos alimentares que podem conter acrilamida:
– feitos de cereais, tais como cereais de pequeno-almoço, bolachas, torradas e café
– produtos de batata e/ou batata doce como batatas fritas.
Vamos ter cuidados na cozinha e fazer boas escolhas!
Este é um conselho da EFSA e da ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) no âmbito da campanha #EUChooseSafeFood, potenciando a literacia alimentar e a consciencialização da confiança na Ciência que existe por detrás de uma alimentação segura.

A alimentação pode ajudar nas dores menstruais?

Eventualmente pode, modelando os níveis de estrogénios.

Na mulher, a quantidade de estrogénio em circulação vai mudando ao longo do mês, em resposta à LH e à FSH, que são produzidas não só pelos ovários, mas também pelo tecido adiposo e pelas glândulas suprarrenais.

Quando maior for a quantidade de gordura corporal, mais elevados serão os níveis de estrogénios.

Também o cortisol (associado ao stress) tem o seu papel na síntese de progesterona (que contrabalança o efeito dos estrogénios), modelando os níveis médios de estrogénio circulante.

Em resumo, ter uma proporção adequada de gordura corporal e níveis controlados de stress diários são 2 bons princípios para manter níveis de estrogénio adequados..

Quanto à alimentação propriamente dita, há 2 aspectos a considerar:

1- Deve privilegiar-se uma alimentação que exija pouco “trabalho do fígado”, ou seja, rica em hortofrutícolas e reduzida em açúcares e gordura – permite níveis baixos de estrogénios, uma vez que a riqueza em fibra ajuda a “sequestrar” uma boa parte dos estrogénios que foram enviados pelo fígado para o intestino, eliminando-os.

Quanto melhor funcionar este circuito (comunicação) entre o fígado e o intestino, melhor será a regulação dos estrogénios.

Os produtos de origem animal não contêm fibra, pelo que, se a mulher baseia a sua alimentação nestes produtos, provavelmente não vai conseguir atingir as quantidades diárias recomendadas de fibra e pode até desequilibrar o tão importante funcionamento da microbiota intestinal.

2- A inclusão de fitoestrogénios na alimentação diária mimetiza os efeitos do estrogénio orgânico, pelo que o organismo produzirá menos.

Entre estes compostos destacam-se os linhanos  – presentes nos grãos, legumes e hortaliças e algumas sementes como a de linhaça – e as isoflavonas – presentes na soja.

Uma nota importante: os efeitos das isoflavonas (soja) não são iguais para todas as pessoas, pelo que não se deve apostar unicamente neste alimento como forma de chegar ao objectivo de controlar os níveis de estrogénios.

Consulte o seu médico e o seu nutricionista.

Pode ver no meu Instagram:

https://www.instagram.com/reel/Cu7uWMmNn04/?igshid=MzRlODBiNWFlZA==

 

Vamos falar sobre Metais Pesados?

Podem ser encontrados não só no ambiente mas também na alimentação.

Os metais pesados mais comuns e alvo de preocupação por poderem afectar negativamente o ambiente e os organismos vivos são o mercúrio, o arsénio, o cádimo, o chumbo, o crómio, o cobre, o zinco, o ferro e o alumínio.

 

Em quantidades bastante reduzidas podem ser benéficos para a saúde, mas em quantidades mais elevadas podem causar variados efeitos, nomeadamente cansaço e alterações no funcionamento cerebral, hepático, renal, pulmonar, entre outros órgãos.

 

Como actuam no organismo?

Os metais pesados não só provocam dano directo às células, como potencialmente exercem efeitos mais alargados para todos os tecidos e órgãos nas imediações, bem como alteram a expressão genética contida nessas células e tecidos, aumentando o potencial cancerígeno e reduzindo a capacidade de suprimir esse potencial.

Em que alimentos existem?

Na água, que é essencialmente afectada pela composição dos solos (e contaminhação proveniente da indústria, doa ar e das chuvas) e pela composição de toda a canalização que a transporta ao consumidor final.

Em alguns alimentos de origem vegetal, também muito afectados quer pela composição dos solos, quer pela utilização de fertilizantes, herbicidas e pesticidas, como também pela água da irrigação dos solos. Será aconselhado ingerir aqueles com menor utilização destas substâncias, como controlo rigoroso da composição das mesmas e com monitorização rigorosa da composição dos solos e das águas.

 

No pescado – será potencialmente difícil adquirir algum que não contenha mercúrio pois este bioacumula-se ao longo da cadeia alimentar, fazendo com que o seu teor seja progressivamente maior à medida que se avança na cadeia. O pescado gordo é o mais suscetível a este efeito.

 

O que devemos fazer?

O ideal será variar o mais possível: os hortícolas os frutos gordos, o pescado e claro, seguir em casa todas as normas de higiene e segurança alimentar para eliminar possíveis excessos nos alimentos que adquiriu.

 

Sugiro que vejam o vídeo completo no Canal Nutrição com Coração do Jornal de Notícias: Da água ao pescado, o perigo dos metais pesados na alimentação (jn.pt)

 

 

Hoje, 16 de maio, como vos disse, é o Dia Internacional do Celíaco!

A Doença Celíaca é uma condição CRÓNICA e AUTOIMUNE causada pela ingestão de glúten em indivíduos geneticamente suscetíveis. Afecta a absorção de nutrientes no intestino delgado, resultando na atrofia das vilosidades.

O glúten, encontrado em cereais como o trigo, o centeio e a cevada, deve ser completamente eliminado da dieta dos celíacos para poderem recuperar e ter uma vida de qualidade.

É importante lembrar que a doença não é rara, estima-se que 1% da população portuguesa seja afetada, totalizando cerca de 100.000 de portugueses.

Os sintomas da doença celíaca variam, podendo incluir distensão abdominal, dor abdominal, diarreia, obstipação crónica, atraso no crescimento, irritabilidade, além de sintomas atípicos em adultos como infertilidade, anemia, osteopatia, cefaleia e depressão.

A adesão rigorosa a uma dieta isenta de glúten é essencial para o tratamento da doença. Mesmo pequenas quantidades de glúten são prejudiciais. A contaminação cruzada – que acontece quando o glúten presente num alimento contamina outros alimentos – também tem que ser evitada.

Portanto, é imprescindível implementar uma dieta rigorosa e sem glúten POR TODA A VIDA, de forma a garantir a remissão dos sintomas e a prevenir complicações graves a longo prazo.

Neste Dia Internacional do Celíaco, vamos aumentar a consciencialização sobre a doença e apoiar aqueles que vivem com ela. É de valorizar o trabalho da APC (Associação Portuguesa de Celíacos) nesse sentido!