A palavra “radiação” significa simplesmente “emissão de energia”, proveniente de qualquer fonte. Pode ser a energia emitida pelos raios X, pela luz do sol, ou simplesmente o calor emanado pelo nosso corpo.

Seguindo esta lógica, as radiações podem ser classificadas de acordo com a quantidade de energia que é emitida e esta energia está relacionada com a frequência da sua onda – as radiações não são todas iguais! As de elevada energia têm capacidade ionizante, ou seja, capacidade para alterar estrutura e/ou composição de átomos e moléculas, nomeadamente o ADN celular. Na outra ponta do espectro, as de baixa energia, não têm essa capacidade, são radiações “não-ionizantes”. Se estas radiações de baixa energia forem absorvidas em grandes quantidades durante um longo período de tempo por estruturas que contenham água, como os alimentos ou os tecidos do corpo humano, podem dar origem ao aquecimento dessas estruturas, ou seja, podem provocar queimaduras e danos celulares.

Resumindo, as radiações de radiofrequência não causam cancro por uma alteração directa nas estruturas celulares (ADN), pois não têm energia suficiente para tal, mas podem, em casos de exposição prolongada, provocar alterações no funcionamento dessas estruturas. Há, no entanto, alguma preocupação no que respeita ao facto de que estas alterações possam indiretamente, a médio-longo prazo, ser responsáveis por alguns casos de cancro.

Conseguimos evitar a exposição a estas radiações de radiofrequência? Não totalmente, pois elas podem ser de origem natural, como a exposição ao sol, relâmpagos e ao próprio solo terrestre. Tendo em conta os avanços tecnológicos atuais, a emissão de radiações de radiofrequência existe um pouco por todo o lado: sinais de rádio e televisão, telemóveis, radares, wi-fi e Bluetooth efornos micro-ondas. Quem trabalha na manutenção de torres de sinais de tv e rádio, ou de radares, por exemplo, está exposto a grandes quantidades de radiação diariamente. A maioria da população, por outro lado, está exposta a estas radiações apenas em doses reduzidas.

Especificando a relação entre fornos micro-ondas e o aparecimento de cancro, os micro-ondas são estruturas bem isolados (a não ser que estejam velhos, degradados e/ou estragados) e a emissão destas radiações está contida no seu interior e só é feita com a porta fechada e depois de o ligar. Quando as micro-ondas são absorvidas pelos alimentos, o que acontece é que as moléculas de água começam a vibrar gerando um forte aquecimento e, dessa forma, acontece a cozedura do alimento. Não ocorre nenhuma alteração química ou molecular, não o tornando, por isso, cancerígeno. Dentro de um forno micro-ondas não é produzido ou emitido nenhum outro tipo de radiação, nem o alimento fica de alguma forma radioactivo.

No caso do micro-ondas ser antigo e por isso menos bem isolado, o máximo que poderá ocorrer é haver alguma passagem de radiações para o exterior, durante o seu funcionamento, colocando, quem esteja muito perto, em risco de se poder queimar, por exposição às mesmas. A maioria dos casos de queimaduras estão, no entanto, relacionados com comida ou utensílios (pratos/copos) quentes…

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Nutricionista: amante do tipo de cozinha que procura aliar saúde aos melhores sabores; Mulher: apaixonada pela verdadeira beleza das coisas mais simples; Objectivo: ser feliz na medida do possível, gostar de mim todos os dias e ajudar quem me segue, nesse mesmo caminho.

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  1. No caso de colocarmos alimentos num artigo de plástico a estas temperaturas de microondas, isso pode passar substancias que contaminem os alimentos?

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