Desde o Casamento Real, em 2011, que o escrutínio sobre o passado e o presente da Duquesa de Cambridge, Catherine Middleton, tem incidido substancialmente sobre a sua silhueta, à parte, obviamente, dos olhares minuciosos sobre todo o seu comportamento como membro da Família Real. Quem assistiu a uma das mais recentes e galardoadas séries televisivas, The Crown, consegue perceber, com todo o realismo, o que significa pertencer a esta Família, o que ela representa para o País e o papel de cada membro no dia-a-dia familiar, bem como perante todos os Britânicos e possivelmente ainda para alguns ex-colonos. As primeiras palavras que me ocorrem são: educação, rigor, respeito e disciplina. Até que ponto tal é importante?

Estudos recentes mostraram que o sucesso no cumprimento de uma dieta não se prende somente com a motivação intrínseca e com a força de vontade de cada um, mas essencialmente com a capacidade inata que temos para nos comprometermos com algo, tendo disciplina e sendo rigorosos com esse compromisso. Noutros termos, refere-se à capacidade de não “abandonaro dito compromisso . Poderíamos chamar-lhe a adopção de uma nova filosofia ou estilo de vida, se quisermos. Não se entenda erroneamente que se trata de uma prisão, de um espartilho, de um colete de forças, de ausência de liberdade, mas ao contrário do que se vive hoje em dia, trata-se da existência de limites e comedimento, da ausência de uma postura de libertinagem”, de permissividade, de um desvirtuado laissez faire.

Para quem leu o meu recente livro “Dieta: Um Modo de Vida” certamente se lembrará do significado da palavra Dieta: etimologicamente significa comer de forma comedida, ou ainda, um estilo de vida que não se resume apenas à alimentação, mas sim a todo o comportamento parcimonioso perante a vida. O artigo da Revista Caras, de dezembro de 2016 refere esse mesmo aspecto como um dos segredos do sucesso da dieta da Duquesa: a atitude positiva perante a vida. É uma pedra basilar para qualquer ser humano: conseguir viver no mundo atual com uma atitude harmoniosa, positiva e com parcimónia.

Alguns sites e revistas referem que a sua altura se situa entre os 1,75m e 1,78m e o seu peso entre os 52-54kg. Em qualquer um dos casos, o seu índice de massa corporal é inferior ao recomendado pela Organização Mundial de Saúde, como representativo de “saúde” (inferior a 18,5kg/m2). Não conhecemos, no entanto, a sua composição corporal, ou seja, a sua percentagem de gordura e músculo, pelo que a crítica ao seu peso fica à partida muito limitada. Sabemos, por outro lado, que é uma pessoa fisicamente activa e que cumpre o recomendado pelas sociedades científicas: caminha diariamente o suficiente para cumprir o requisito dos 10.000 passos, ou seja, não passa de certeza muito tempo sentada! Para além disto, complementa este exercício aeróbio de ligeira intensidade com exercícios localizados de maior intensidade, de fortalecimento e de aumento da tonicidade muscular. Mais uma vez se conclui que segue com rigor e disciplina – tão simples – as recomendações de todas (sem exceção!) as sociedades médicas e científicas.

Quanto à famosa “dieta de Kate, elaborada pela tão ou mais famosa Nutricionista, nada de novo… Uma ingestão de calorias ajustadas às necessidades do organismo (para manutenção ou perda de peso), tendo em conta a sua idade, peso, altura e grau de actividade física. Uma ingestão de proteínas suficiente para fazer face às necessidades do seu esforço físico diário e opções de fornecimento dessas calorias que se dividem entre os hidratos de carbono de baixo índice glicémico (cereais e derivados integrais, hortícolas e fruta – não se sabe a proporção ingerida de cada um destes grupos de alimentos) e as gorduras, certamente aquelas de maior benefício para o organismo (provenientes do pescado e hortícolas). Tudo isto distribuído de forma equilibrada e mais ou menos equivalente por 5 refeições ao longo do dia.

Os artigos não referem o consumo de líquidos, mas acredito que, mais uma vez, seja dentro das recomendações e seguramente não será à custa de sumos e muito menos de refrigerantes. Há inclusivamente a menção aos alimentos processados, que são naturalmente preteridos, substituindo-os pelos de maior valor biológico, frescos.

Uma nota final apenas para enfatizar as horas de sono da Duquesa. Mais uma vez, a dita disciplina impera: há um respeito muito grande pelo sono de belezaque, para um adulto, deve rondar as 7-8 horas diárias, ou seja, na mouchemais uma vez. O sono controla a recuperação do nosso corpo e mente e modula as nossas emoções e o nosso apetite.

Última conclusão: disciplina, equilíbrio, regras, em prol de saúde e da silhueta desejada.

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Nutricionista: amante do tipo de cozinha que procura aliar saúde aos melhores sabores; Mulher: apaixonada pela verdadeira beleza das coisas mais simples; Objectivo: ser feliz na medida do possível, gostar de mim todos os dias e ajudar quem me segue, nesse mesmo caminho.

2 Comments

  1. No final fiquei sem saber qual é o plano alimentar da duquesa de Cambridge

  2. Mas .. então qual a sua dieta, ou melhor, o seu plano alimentar? Não era adepta da dieta Dukan? Permita-me achar que uma mulher com 1.75 ou 1.78 e com 52 kilos não é propriamente um modelo a seguir. Com ou sem ginástica para tonificar os músculos, não é um bom exemplo. Tenho 1.56 e na última consulta com a minha nutricionista disse que desejava um plano para chegar aos 55 kilos (fiz cortisona e aumentei de peso), a nutricionista chegou a ser rude. Parece que falei uma barbaridade. Claro que vou chegar aos 55/56kilos e não vou passar fome, nem vou me. Matar no ginásio. Vou ter uma alimentação adequada para mim. E a minha coluna vai agradecer.

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